ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 21-3-2011.
Aos vinte e um dias do mês de março do ano de dois
mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato,
Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul
Torelly, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mario Fraga,
Nelcir Tessaro, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum,
a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni,
Dr. Thiago Duarte, Idenir Cecchim, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Professor
Garcia e Sebastião Melo. À MESA, foram encaminhados, pelo vereador João Carlos
Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 024 e 026/11 (Processos
nos 0918 e 1000/11, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofício s/nº, da União dos Vereadores do Rio Grande do Sul – UVERGS –; e
Comunicados nos 290772, 290773, 290774, 290775 e 290776/11, do
senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE. Durante a Sessão,
deixaram de ser votadas as Atas da Sétima, Oitava, Nona, Décima, Décima
Primeira e Décima Segunda Sessões Ordinárias e da Quarta Sessão Extraordinária.
A seguir, a
senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Darci
Campos dos Santos e à senhora Katia Marko, respectivamente Vice-Presidente e
Secretária do Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, que divulgaram as atividades
desenvolvida pela entidade representada por Suas Senhorias. Em continuidade,
nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Tarciso Flecha Negra,
Airto Ferronato, Paulinho Rubem Berta, Fernanda Melchionna, Engenheiro Comassetto,
Beto Moesch, Nelcir Tessaro, Dr. Raul Torelly, Reginaldo Pujol e Pedro Ruas
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na oportunidade,
a senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, do senhor Robson da
Silva Dutra Lima, do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do
Rio Grande do Sul. Após, a senhora Presidenta concedeu a palavra, para
considerações finais, ao senhor Darci Campos dos Santos e à senhora Katia
Marko. Também, a senhora Presidenta convidou para atividades referentes ao
Morro Santa Teresa e para a abertura, a seguir, da exposição “Morro Santa
Teresa: História e Movimento Social – A luta pela preservação contada por seus
protagonistas”, no saguão deste Plenário. Ainda, a vereadora Fernanda
Melchionna manifestou-se informando a assinatura, por Sua Excelência, de carta
de intenções elaborada pelo Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa. Às
quinze horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e treze minutos, constatada a existência de
quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores João Antonio
Dib, Airto Ferronato, Pedro Ruas, Carlos Todeschini, Luciano Marcantônio e João
Antonio Dib, este pelo Governo, Fernanda Melchionna, esta pela oposição, Idenir
Cecchim e Alceu Brasinha. Na ocasião, foi apregoada carta destinada à Câmara
Municipal de Porto Alegre, de autoria da artesã Orlanda Lopes da Paixão,
referente a problemas enfrentados pela categoria de Sua Senhoria, tendo-se
manifestado a respeito o vereador Adeli Sell. Também, o em face de Questão de
Ordem formulada pelo vereador Sebastião Melo, a senhora Presidenta prestou esclarecimentos
acerca da tramitação do Processo nº 1103/11, tendo-se manifestado a respeito os
vereadores Pedro Ruas e Sebastião Melo. Ainda, em face de Questão de Ordem
formulada pelo vereador João Antonio Dib, a senhora Presidenta prestou esclarecimentos
acerca do andamento do Requerimento apresentado por Sua Excelência durante a
Décima Nona Sessão Ordinária, no qual solicitam-se esclarecimentos acerca de normas regimentais
atinentes à constituição e funcionamento de Comissões Parlamentares de
Inquérito neste Legislativo. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo
vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão, tendo-se manifestado a respeito a vereadora Maria Celeste. Também,
a senhora Presidenta prestou informações acerca das atividades desenvolvidas
pela Ouvidoria deste Legislativo no Mercado Público Central de Porto Alegre. Às
dezesseis horas e dezessete minutos, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos,
solicitando votação em destaque para Emendas e Subemendas do Projeto de Lei do
Executivo nº 039/10 (Processo nº 3714/10): de autoria do vereador Airto
Ferronato, com referência às Emendas nos 28, 29, 30, 31, 33, 34, 35,
36 e 37; de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, com referência às Emendas
nos 14, 15, 45 e 46; de autoria do vereador Beto Moesch, com
referência às Emendas nos 38 e 39; de autoria do vereador Carlos
Todeschini, com referência à Emenda nº 68; de autoria do vereador Engenheiro
Comassetto, com referência às Emendas nos 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 10, 11 e 13 e às Subemendas nº 01 apostas a essas Emendas; e de autoria da
vereadora Maria Celeste, com referência à Emenda nº 49. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 067/10
(Processo nº 1399/10), considerando-se mantido o Veto Total oposto, por nove
votos SIM e quinze votos NÃO, após ser discutido pela vereadora Fernanda
Melchionna e pelos vereadores Alceu Brasinha, João Antonio Dib, Aldacir José
Oliboni e Reginaldo Pujol e encaminhado à votação pelos vereadores Carlos
Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Luiz Braz e João Antonio
Dib, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José
Oliboni, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Maria Celeste,
Sofia Cavedon e Toni Proença e Não os vereadores Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr.
Thiago Duarte, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano
Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro,
Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 039/10 (Processo
nº 3714/10), com Veto Parcial, o qual, após ser discutido pelos vereadores Aldacir
José Oliboni, Reginaldo Pujol, Maria Celeste, Engenheiro Comassetto, João
Antonio Dib, Toni Proença, Fernanda Melchionna, Alceu Brasinha, Luciano Marcantônio,
Beto Moesch, Paulinho Rubem Berta, João Carlos Nedel, Idenir Cecchim e Mauro
Zacher, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Às
dezoito horas e vinte e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada pela vereadora Maria Celeste, o senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora
Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e secretariados pelo
vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída
e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto
relativo à divulgação do Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa, visando à
regulamentação fundiária, à descentralização da FASE e à criação do Parque
Ecológico. Convidamos para compor a Mesa o Sr. Darci Campos dos Santos, Vice-Presidente da Associação dos Moradores da Vila
Gaúcha; e a Srª Katia Marko, Secretária do Movimento do Morro Santa Teresa.
Solicito ao Ver. Toni Proença que secretarie os trabalhos
para leitura das proposições e do material encaminhado à Mesa.
(O Ver. Toni Proença procede à leitura das proposições
encaminhadas à Mesa.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O tempo regimental de
dez minutos para a manifestação dos representantes do Movimento em Defesa do
Morro Santa Teresa será dividido entre dois oradores, o Sr. Darci Campos dos
Santos e a Srª Katia Marko.
O Sr. Darci Campos dos Santos está com a palavra.
O SR. DARCI CAMPOS DOS SANTOS: Senhoras e
senhores, em primeiro lugar, boa-tarde a todos. Eu agradeço a oportunidade de estar
aqui nesta tarde, representando o Morro Santa Teresa, de onde eu faço parte da
presidência. Não sei se todos estão a par do que aconteceu com o Morro Santa
Teresa, do PL nº 388, pelo que a gente foi à luta. Lá no Morro, moram em torno
de 20 mil pessoas, e todos sabem que esse PL 388 foi para tirar aquele povo lá
de cima. Todos nós sabemos que é um despejo, não tinha moradia para ninguém,
não tinha projeto nenhum, para que esse povo
fosse amparado.
Estamos aqui hoje
para pedir aos senhores e senhoras que estão aqui nesta tarde que entendam uma
coisa: tem pessoas que moram naquela área há 60 anos. Eu moro há 30 anos, criei
nove filhos dentro daquela comunidade. Eu pergunto a vocês: no momento em que
essas pessoas fossem despejadas lá do Morro Santa Teresa, elas iam morar onde?
Eles iam morar debaixo da ponte, se eles não têm uma moradia digna para
sobreviver? A sociedade está batendo para diminuir a criminalidade dentro de
Porto Alegre, e outros estão combatendo para levantar o crime.
Senhores e senhoras,
nesta tarde, eu peço com toda a sinceridade: moro nessa área há 35 anos, onde
criei nove filhos; a gente tem todo o cuidado para que ninguém arranque uma
árvore de lá, não derrube o mato e não invada a área. Faz mais de 15 anos que
cuidamos da área, para termos uma garantia de moradia. A FASE nos dá muita
preocupação. Tudo bem, temos que ter preocupação com a FASE, pois são cerca de
300 a 400 crianças, jovens que precisam, e nós temos que lutar por eles. Mas eu
digo para os senhores: naquela área, tem em torno de 15 mil jovens. No momento
em que esses jovens não tiverem uma moradia digna, não tiverem onde morar, para
onde eles vão, meus senhores? Vão morar debaixo da ponte e vão ser outros
marginais que terão que ir para a Febem? Nós temos que olhar para aquela
juventude, para que ela tenha uma moradia digna, para combatermos a corrupção.
Eu sou Presidente da
Associação de Moradores da Vila Gaúcha. Em três anos que estou lá dentro, eu
botei aquela comunidade na estaca zero na criminalidade, roubo e assalto não
existem dentro da minha comunidade, porque nós lutamos por ela. Os senhores
sabem que eu não ganho um centavo para lutar por aquela comunidade, mas
arremango a minha camisa para lutar por ela. Mas, no momento em que eu estou
trabalhando por aquela comunidade, para dar uma dignidade para aquela
comunidade, eu também peço para os senhores que me ajudem a lutar pela
comunidade, senão, amanhã ou depois, vai estar tudo à mercê, e aí não tem nada
que a gente possa fazer por esses jovens que estão morando lá em cima. É isso
que peço para senhores e para as senhoras: nos ajudem, porque precisamos de
moradia digna. Nós não temos uma água boa, uma luz boa, um esgoto bom e nós
precisamos, porque somos seres humanos que moramos naquela área. Somos pessoas
dignas que trabalham de dia para comer de noite, mas somos honestos e sinceros.
É isso que nós queremos: nós queremos pagar a nossa luz, nós queremos pagar a
nossa água, mas nós queremos pagar uma luz digna e uma água boa, para que
nossos filhos possam ter.
Eu agradeço pela
oportunidade de estar aqui nesta tarde. Desculpa se faltei em alguma coisa com vocês.
Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Darci. A Srª Katia Marko, Secretária do Movimento em Defesa do Morro Santa
Teresa, está com a palavra.
A SRA. KATIA MARKO: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
amigas e amigos das comunidades do Morro Santa Teresa, demais presentes; é com
grande alegria que estamos aqui, hoje, na Tribuna Popular, para, como nos diz
Octavio Ianni, “pela memória, puxar os fios da história”. Vamos relembrar uma
luta histórica que iniciou pelo direito básico à moradia, mas que foi além,
despertou uma consciência dos moradores das vilas que ocupam o topo do Morro e
também da população gaúcha, que começou a ter um novo olhar para o Morro e seus
habitantes.
A polêmica que
envolveu a área da FASE uniu a sociedade civil organizada em defesa de um
patrimônio público. O PL nº 388 autorizava a alienação ou permuta de um terreno
de 74 hectares quase em frente ao Estádio Beira-Rio, ou seja, extremamente bem
localizado, principalmente se considerarmos a iminência de uma Copa do Mundo,
com um vasto patrimônio ambiental e histórico e cerca de 20 mil moradores. A
aprovação do Projeto parecia tranquila, chegou a obter parecer favorável na
Comissão de Constituição e Justiça e estava a caminho do Plenário, para votação
no início de março de 2010. Mas as críticas, inicialmente restritas a Deputados
de oposição, se ampliaram em duas frentes: as associações de moradores e o Semapi, o sindicato que representa os
trabalhadores da Fase. Logo após, envolveu entidades ambientalistas, o
Sindicato dos Engenheiros, o CREA, o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, entre
outros. Dias antes da votação, o movimento recebeu fortes aliados, como esta
Casa, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, e
todos pediram a retirada do Regime de Urgência do PL. Os ambientalistas
alertaram sobre um estudo da Fundação Zoobotânica que resultou em um documento
guardado, a sete chaves, pelo Governo Estadual. Pesquisadoras revelaram que 52%
da vegetação encontrada no terreno corresponde ao bioma pampa. Além disso, 17 das espécies são
protegidas, sendo que duas delas não eram encontradas há 60 anos no Estado.
Falamos tanto da importância do bioma pampa, e ter, quase no centro da cidade,
um testemunho desse bioma, é algo que realmente precisa ser preservado.
Para aumentar a pressão, o Semapi lançou, no dia 3
de maio, a campanha “O Morro é
Nosso”, uma forte campanha de mídia e o site
omorroenosso.com.br, que chamaram bastante a atenção da população. No dia 23 de
junho, após duas sessões adiadas na Assembleia Legislativa e intensas
manifestações, inclusive com acampamentos na Praça da Matriz, a população pôde
comemorar a retirada do Projeto de Lei. O Morro Santa Teresa foi salvo em sua
beleza, sua flora, seu ar, suas águas e, principalmente, seus moradores pobres,
pela consciência que esses conquistaram da sua dignidade e cidadania, do quanto
vale a sua organização e do quanto a pressão é capaz de produzir em defesa dos
seus direitos.
Em agosto de 2010, novas entidades se unem e criam
o Movimento em Defesa do Morro Santa Teresa. Uma das primeiras ações foi uma
visita de reconhecimento da área, no dia 21 de agosto, que reuniu 50 pessoas,
entre elas Vereadores e Deputados. A riqueza ambiental, turística e cultural do
Morro foi comprovada durante o trajeto de quase dez quilômetros.
Em setembro, foi lançada a sua Carta de Intenções.
O documento afirma: “O compromisso dos cidadãos do Rio Grande do Sul e de suas
entidades representativas com a cidadania, a justiça, a preservação ambiental e
cultural na defesa do Morro Santa Teresa como patrimônio público, visando
buscar em todas as iniciativas governamentais e comunitárias a regularização
fundiária e urbanística das comunidades locais, a reestruturação da FASE e a
preservação do patrimônio ambiental e histórico-cultural da área remanescente
como um parque público.” De agosto a dezembro de 2010, o Movimento organizou
cinco caminhadas orientadas pelas lideranças comunitárias. Pessoas que nunca
tinham subido o Morro conheceram a história de uma gente que achou o seu chão,
um povo que labuta para sustentar seus filhos e busca a sua legitimação como
parte da Cidade. Muitos dos moradores vindos do Interior passaram fome, moraram
em albergues até chegar ao Morro e construir sua casa. Não é possível rotular
pessoas que moram há 50 anos no Morro de invasores.
A Carta de Intenções, disponível em nosso site, já foi assinada por 40 entidades, entre elas a Ajuris, o Senge, a CUT, sindicatos, associações de
moradores de Porto Alegre e cerca de mil cidadãos. Aproveitamos este momento
para convidar as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores
a também aderirem à Carta de Intenções e a participarem conosco da primeira
caminhada orientada de 2011, neste sábado, a partir das 10 horas. Venham
conhecer as belezas do Morro, incluindo a simplicidade do povo que lá habita e
que merece melhores condições de moradia e aparelhos sociais que atendam às
suas necessidades. Essas pessoas são as mais indicadas para continuar a
preservar o Morro Santa Teresa, com certeza. Segundo o escritor Leonardo Boff,
o grande desafio atual é conferir centralidade ao que é mais ancestral em nós,
o afeto e a sensibilidade, ou seja, resgatar o coração. E o que não falta nessa
gente humilde e trabalhadora é coração. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada,
Katia. De fato, relembrando, esta Casa tirou por unanimidade, no ano retrasado,
uma posição contrária à votação em urgência, e foi muito importante um
posicionamento da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, que tem que se sentir
orgulhosa de fazer parte, portanto, do Movimento em Defesa do Morro Santa
Teresa. Com essas palavras, quero cumprimentar cada um e cada uma dos
integrantes do Movimento que estão aqui no plenário e quero dizer que não é à
toa que vocês compõem a primeira atividade da Semana de Porto Alegre na Câmara
de Vereadores. Em seguida, vamos assistir à exposição, construída pelo
Memorial, que o Jorge coordenou, a partir da demanda do Movimento em Defesa do
Morro Santa Teresa.
O Ver. Tarciso Flecha
Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Presidente, boa-tarde, Sr. Darci e Srª Kátia; fiquei muito emocionado com o
discurso de vocês. A bandeira do PDT é, também, a inclusão social, não a
injustiça social. A Copa do Mundo está chegando, não precisamos tirar esse povo
de Porto Alegre, não precisamos mudar Porto Alegre. A pobreza é linda. Ontem,
Barack Obama esteve em visita a uma favela, onde ele se emocionou muito. Então,
gente, ser pobre não é doença, é um orgulho do País. Este Vereador que lhes
fala estará caminhando junto com vocês. Eu não tenho outro caminho a não ser
esse de vocês, porque muitos de nós vieram de famílias humildes, de famílias
pobres, e lutaram para chegar onde chegaram. O senhor disse algumas palavras
muito importante que devemos gravar, pensar e repensar: depois que houver a
bagunça, não tem conserto. Então, vamos procurar, lá na raiz, dar condições a
essas crianças e a esses jovens para um futuro melhor, pois, sem educação, sem
esse convívio, sem respeito, não existe futuro, não existe cidadania, não
existe cidadão. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. AIRTO FERRONATO: Srª Presidente,
ilustres visitantes desta tarde, conforme já falou a Presidente Sofia, este é
um tema que nós, aqui na Câmara, já tratamos em diferentes momentos e em
diversas oportunidades. E a Câmara aprovou, naquela oportunidade, por
unanimidade, a nossa proposta de não urgência daquela votação no plenário da
Assembleia. Temos certeza de que, se não fomos a voz definidora daquele
processo, a movimentação e a manifestação da Câmara, por todos os Partidos,
contribuiu de forma bastante significativa para diminuir o ritmo daquela
discussão na Assembleia. Lá se discutiu isso, aqui se discute o Morro Santa
Teresa com muita frequência. Eu, particularmente, sou Presidente da Copa do
Mundo, e já tivemos algumas poucas reuniões. Aqui temos Vereadores ilustres que
compõem essa Comissão, e todos os outros Vereadores também se manifestam nesse
mesmo sentido. Toda vez que se fala nas questões grandiosas para Porto Alegre,
em especial agora, a área do Morro Santa Teresa está no centro. Tenham certeza
V. Sas, nossos ilustres visitantes, de que a Câmara está atenta, vai
ouvir, vai estar junto - não eu, mas todos nós -, porque é uma área
interessantíssima, estratégica, muito bonita e localizada no coração da nossa
Porto Alegre. Então, estamos juntos para discutir, com serenidade, como esses
encaminhamentos se darão. No meu sentir - e sei que é o sentimento da
esmagadora maioria ou, talvez, de todos -, a figura da pessoa humana está
sempre no centro dos nossos debates. Nós não podemos embelezar a Cidade ou
melhorar as condições desta Capital dos gaúchos sem ter, como referência
central, o cidadão de Porto Alegre. Contem conosco. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado
pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª
Presidente, Sr. Darci Campos dos Santos e Srª Kátia; a Câmara de Vereadores,
muito em breve, estará botando em funcionamento uma comissão que tratará da
regularização fundiária em Porto Alegre. Nós todos já somos conscientes das
dificuldades que a regularização fundiária traz para a nossa Cidade e para o
nosso povo. Não se pode instalar uma luz, muitas vezes, não se pode botar uma
água, não se pode ter uma rede de esgoto. Na realidade, não se pode exercer,
nessas áreas irregulares, uma cidadania. Quero lhe dizer, em nome da Bancada do
PPS - Ver. Toni Proença, Ver. Elias Vidal e este Vereador -, que nós estaremos
fazendo de tudo para montar esse seminário na Câmara de Vereadores, para que
possamos, logo adiante, se Deus quiser, com todos os Vereadores desta Casa e
outros, fazer um grande mutirão, para ver se diminuímos um pouco essa
dificuldade da regularização fundiária em Porto Alegre. Contem com o PPS,
contem com esta Bancada e com esta Casa, pois estaremos juntos trabalhando.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver.
Paulinho. A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206
do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, queria cumprimentar o Sr. Darci e a Srª Kátia, sejam muito
bem-vindos. Cumprimento também cada uma das lideranças que estão hoje aqui
conosco, porque, com essa saudação, vale a pena registrar o mérito e os louros
de um movimento que foi fundamental para garantir a permanência do Morro Santa
Teresa e a retirada do regime de urgência. Nós, que acompanhamos ativamente o
processo e as mobilizações que vocês fizeram na rua, na Assembleia Legislativa,
sabemos que a intenção do Governo, lamentavelmente, era votar, em regime de
urgência, a entrega de um patrimônio histórico, social, cultural e de moradia
de 20 mil famílias para a especulação imobiliária em Porto Alegre. Graças à
luta de vocês, com vários aliados que tivemos - felizmente, a Câmara aprovou,
por unanimidade, a retirada do regime de urgência -, e fruto da luta de rua e
da mobilização, garantiu-se a permanência desse patrimônio, da dignidade e a
permanência dessas famílias que, ao longo dos anos, construíram sua vida ali e
que seriam, lamentavelmente, retiradas, para responder à sede da especulação
imobiliária que está com os olhos bem abertos para um terreno numa área central
da Cidade e riquíssimo na biodiversidade, nas nascentes dos rios, na
preservação do que chamamos de biodiversidade da nossa Cidade e do nosso
Estado.
Então, em meu nome e
em nome do Ver. Pedro Ruas, em nome do PSOL, venho nos colocar à disposição da
luta. Evidentemente, estamos assinando a Carta de Intenções com vocês, mas
quero nos colocar à disposição da luta de rua e também aqui, no sentido de
reivindicar a imediata regularização fundiária das famílias que construíram as
suas vidas ali, a imediata delimitação de um parque, no Morro Santa Teresa, de
preservação ambiental, uma área que seja preservada no coração da nossa Cidade
e na imediata consigna de que qualquer política de descentralização da FASE
seja discutida com os trabalhadores que estão lá na ponta, cuidando dos jovens
em vulnerabilidade social.
Venho, também em nome
do Ver. Pedro Ruas, que é o Presidente da CUTHAB, dizer que a Comissão está à
disposição, para que a gente comece, imediatamente, a pauta pela regularização
fundiária, porque a gente sabe: os nossos direitos a gente não mendiga, a gente
conquista com luta, e o PSOL é aliado de vocês. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registro a
presença, no plenário, do Sr. Robson da Silva Dutra Lima, técnico em assuntos
culturais do IPHAE - Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado -,
que fez toda uma pesquisa sobre o patrimônio histórico que é constituído pelos
prédios da FASE, no Morro Santa Teresa. Isso também era uma das vertentes da
luta de proteção, manutenção e revitalização daquele patrimônio histórico.
Parte dele deve se tornar um centro cultural para a comunidade.
O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, quero
cumprimentar o Darci e a Kátia, o Robson, do Instituto do Patrimônio Histórico;
os técnicos da Fundação de Zoobotânica e todos os representantes da comunidade.
Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores – Vereadoras Sofia Cavedon e
Maria Celeste, Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Mauro Pinheiro,
Aldacir Oliboni e este -, quero dizer que, anteriormente ao debate surgido na
Cidade, nós já recebíamos a comunidade dos senhores aqui, nesta Casa, para
discutir a questão da regularização fundiária.
Primeiro ponto: o Estatuto da Cidade já determinou,
em 2001, que todos os senhores e senhoras têm o direito à moradia, porque estão
amparados pela Constituição e pela lei federal. O que precisamos é que esse
processo se constitua, que seja encaminhado. E esse é o compromisso não só da
nossa Bancada, mas do conjunto dos Vereadores desta Casa. Eu, como
Vice-Presidente, o Presidente e os demais colegas da CUTHAB - Comissão de
Urbanização, Transporte e Habitação - nos colocamos à disposição para
recebê-los e tratar, exclusivamente, do tema do reassentamento, da
regularização fundiária. Segundo ponto: naquele espaço lindíssimo e valioso que
está na porta do local onde vai ser a Copa do Mundo, em Porto Alegre, nós já
queremos ter, neste período, um grande parque da Cidade, com o reconhecimento
das comunidades que ali moram, com o reconhecimento do patrimônio
histórico-cultural e do patrimônio do ambiente natural que ali existe.
Portanto, essa é a agenda, contem conosco, com a Bancada do Partido dos
Trabalhadores. Um grande abraço. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Beto Moesch está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Darci, Srª Katia, demais lideranças e técnicos aqui presentes, quero
colocar que participei, ativamente, da mobilização contrária à privatização ou
à venda daquela área do Morro Santa Teresa pelas diversas razões que vocês já
colocaram e que não cabe repetir. Não é vendendo suas áreas que o Estado vai
resolver certos problemas, até porque não é uma imobiliária. O status quo a mim não serve. Eu não
admito que áreas públicas, que áreas de preservação permanente sejam ocupadas,
seja por ricos ou por pobres, porque é uma privatização às avessas. E mais: no
momento em que há ali uma biodiversidade reconhecida, nascentes de arroios, há,
sim, no momento em que existem moradias, uma tensão em relação àquela
biodiversidade. Isso foi muito discutido, na terça-feira passada, aqui, na
Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Nós temos que priorizar habitações
populares, buscando a regularização fundiária, reassentando famílias que moram
em área de risco. Topo de morro, encosta ou área sensível como aquela
constitui-se área de risco, e, pior do que para a biodiversidade, é para as
suas próprias vidas. E isso é o que menos tem sido feito no País, uma política
de habitação popular para reassentar. O Sr. Darci colocou muito bem: não para
expulsar pessoas, muito antes pelo contrário, mas para dar moradia digna e
formal, não informal. E o que está acontecendo hoje lá? Novas ocupações estão
ocorrendo, portanto, tensionando aquela área. O Governo estava completamente
equivocado ao tentar vender aquela área, com 30 anos de ocupações, sem o
acompanhamento técnico e público, o que também é um grave problema. E a Cidade
perde, tanto com a venda da área como com ocupações já existentes e novas
ocupações. Volto a insistir: para que nós possamos dar vida digna às pessoas e
preservar aquela biodiversidade, tem que haver uma regularização fundiária. E
regularização fundiária não é apenas deixar as pessoas lá, é fazer um estudo
técnico, físico, hídrico, geológico, para ver quais as pessoas que podem
continuar morando lá e quais as pessoas que precisam ser reassentadas, com
incremento, diálogo e com infraestrutura adequada, obviamente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NELCIR
TESSARO: Eu quero cumprimentar o Darci, que sempre tem defendido as comunidades,
e a Katia, e quero dizer que nós acompanhamos o problema aquela área no ano
passado, a ansiedade das pessoas, dos moradores que aqui estiveram por diversas
vezes. Esta Casa também se empenhou, para que, na época, o PL não fosse levado
à votação na Assembleia Legislativa. Mas, felizmente, hoje, esse PL já não está
aí para assombrar ninguém. Não existe esse PL, e tenho certeza de que o Governo
Tarso nada vai fazer que possa ir naquela direção. Nós sabemos que aquela área
é do Estado. Porto Alegre não tem só o problema do Morro Santa Teresa, Porto
Alegre precisa, urgentemente, de um plano de regularização fundiária. Temos,
hoje, de 80 a 90 mil pessoas em situação de risco, temos de 70 a 80 mil
famílias que não têm propriedade - mas pessoas em situação de risco nós temos
quase 80 mil. E as famílias, como bem disse o Darci, não podem estar há 30, 40,
50 anos residindo num local e, de repente, perderem tudo o que construíram. Eu
tenho certeza de que, como sendo essa área do Estado, o Governo vai encaminhar
uma solução, e a nossa Bancada, na Assembleia Legislativa, com toda a certeza
estará favorável, como a nossa Bancada aqui – o Ver. Elói Guimarães, Ver. Nilo
Santos, Ver. DJ Cassiá, Ver. Alceu Brasinha e este Vereador –, que é favorável,
sempre, à moradia. Não é justo as pessoas se dedicarem, construírem suas vidas
num local... Sabemos que é uma área de risco, mas há partes que podem ser
regularizadas, com o direito de propriedade repassado aos moradores. Contem com
a nossa Bancada nesse apoio e nessa luta. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Raul
Torelly está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. DR. RAUL
TORELLY: Vereadora-Presidente Sofia Cavedon, nossos visitantes, pessoal do Morro
Santa Teresa; acredito que o PMDB já fez a sua parte, aqui na Câmara, na fase
aguda, quando houve aquele processo forte no ano passado. Estamos sempre
ligados no melhor para a Cidade, muito especialmente este Vereador, que é da
área da Saúde e ligado ao meio ambiente. O melhor passa pelo que o Ver. Beto
Moesch passou e passa pelo que a comunidade passou aqui. O que nós queremos?
Todos queremos um parque naquela região, um parque consistente, que traga vida
para as pessoas, que traga qualidade para aquelas pessoas que estão em Porto
Alegre, e queremos que as pessoas que lá vivem vivam integradas com a
biodiversidade que lá existe. Então, precisamos de integração e de ações
públicas também, no sentido de favorecer a que tenhamos uma efetiva
regularização fundiária, seja ficando lá grande parte das pessoas que hoje lá
estão, seja em casos específicos, porque lá tem, inclusive, risco de vida para
as pessoas, em algumas áreas isso existe. Que essa situação seja bem colocada e
resolvida pelo Poder Público. Podem contar com o PMDB e todos os seus
Vereadores aqui da Casa, com certeza. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, eu quero, antes de mais nada,
cumprimentar o Sr. Darci Campos dos Santos, Vice-Presidente do Movimento em
Defesa do Morro Santa Teresa, bem como a Srª Katia Marko, Secretária do já
referido Movimento. Como único representante do Democratas na Casa, me sinto
muito à vontade para me manifestar neste momento, até porque, como bem acentuou
a Presidente, houve, no ano que passou, uma movimentação coletiva da Casa que,
de forma unânime, se associou ao movimento de contrariedade ao Projeto de Lei
que pretendia, em regime de urgência, dar definição para a área onde os
senhores têm a sua habitação. Obviamente que os três objetivos que o Movimento
propugna, ainda que não excludentes entre si, com frequência podem se
conflitar, à mediada que visam à regulamentação fundiária, à descentralização
da FASE e à criação do Parque Ecológico.
Lembro bem que, no ano de 1973, eu mal iniciava a
minha atividade aqui na Câmara, já o Governo do Município, por um decreto,
estabelecia a chamada Lei das Áreas Puras, em que, no topo dos morros, era
inteiramente vedada a construção. E o Morro Santa Teresa, que já tinha, na
época, algumas construções muito incipientes, passava a ser uma área de
interesse ambiental, uma área ecológica, onde seria vedada a construção.
Lamentavelmente e até seguindo um prognóstico meu, 33 anos depois, essa
intenção da transformação da área num parque ecológico não passou de um sonho,
as construções incipientes que ali existiam, dos pobres, se prolongaram, junto
com elas vieram também as dos não tão pobres e até as dos que não são nada
pobres. Então a realidade, hoje, 30 anos depois, é diferente. Acredito que
conciliar esses três objetivos não é uma tarefa fácil, mas eu estou
absolutamente à disposição do Movimento não só porque a minha legenda eleitoral
sempre foi a defesa da habitação popular – eu não poderia ser incoerente nesta
hora -, mas porque posições anteriores que tomei me impõem a coerência com essa
posição.
Então, especialmente para a regularização
fundiária, para a superação desse problema que não pode ser eterno, contem
comigo. Com relação à instalação do parque ecológico, contem comigo para se
discutir a sua viabilidade. E a descentralização da FASE é outro problema, para
ser discutido de outra forma e de outro ângulo. Fico grato à Presidência e
cumprimento, mais uma vez, o Sr. Darci e a Srª Katia pela sua vinda. Saibam que
não estão “pregando no deserto”, que não faltarão ouvidos para ouvi-los, nem
disposição de espírito para acompanhá-los nessa jornada. Muito obrigado pela
presença. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Pujol.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO
RUAS: Eu falo, neste momento, Presidente, na condição de Presidente da
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, a CUTHAB, face à manifestação
extremamente correta do Vice-Presidente, Ver. Engenheiro Comassetto, também da
Verª Fernanda Melchionna, no sentido de que a nossa Comissão está à disposição
- ela é uma Comissão de Habitação, temática, ou seja, permanente da Casa - para
receber esse tema e tratá-lo de forma adequada, o que, tenho certeza, é do
interesse dos senhores e das senhoras que representam o Movimento. Agradeço ao
Ver. Engenheiro Comassetto, agradeço à Verª Fernanda Melchionna e coloco à
disposição a Comissão em qualquer horário que eles entenderem como necessário e
correto. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Pedro Ruas. Esse é um dos
encaminhamentos da nossa Tribuna Popular. Concedo um minuto a cada um dos
nossos convidados, para, se quiserem, fazer algum comentário.
O Sr. Darci Campos dos Santos está com a palavra,
para as considerações finais.
O SR. DARCI
CAMPOS DOS SANTOS: Muito obrigado a todos os que querem nos apoiar.
Espero que aqueles que não quiseram nos apoiar possam se conscientizar e
analisar bem, para que possam ficar conscientes, para que possam olhar para o
seu filho e dizer: se fosse eu que estivesse naquela comunidade, o que seria de
mim e do meu filho? Fica na consciência de cada um dos senhores e das senhoras.
Agradeço, muito obrigado, porque eu tenho certeza de que nós vamos ter o apoio
de vocês. Quero repetir: dentro daquela comunidade onde eu moro, da qual sou
Presidente, não existe invasão mais, faz 15 anos que ninguém coloca uma casa
mais dentro daquela área, porque a gente tem cuidado daquela área, a gente
continua cuidando, não quer isso aí, porque nós sabemos que aquela área está priorizada somente para o povo que
mora lá em cima, e não tem lugar para botar mais gente dentro daquela área. Nós
sabemos também que a gente quer aquele parque ecológico, que é muito importante
para a sociedade. A gente tem tomado todo cuidado com aquele ponto do mirante
que tem lá em cima também, a gente gostaria de ver o mirante funcionando,
trabalhando, para que os turistas possam ir lá apreciar o Morro Santa Teresa.
Nós temos uma caminhada todos os sábados, agora, neste sábado, tem uma
caminhada para quem quiser conhecer, podem ir tranquilo. Não tem problema, lá
nós estamos de braços abertos, para receber todo os senhores e as senhoras.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O SR. DARCI
CAMPOS DOS SANTOS: Lá perto da figueira, a gente sai e entra por
dentro das comunidades, vê praticamente toda a área lá do Morro Santa Teresa.
Então, eu agradeço a cada um dos senhores que estão aqui nesta tarde.
Sinceramente, do fundo do meu coração, muito obrigado a todos. E nós estamos
ali de braços abertos, esperando vocês. Muito obrigado pela oportunidade.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigado, Darci. A Srª Katia Marko está com a
palavra, para as considerações finais.
A SRA. KATIA
MARKO: Também quero agradecer o espaço e fico feliz em saber que nós não
estamos “pregando no deserto”. Acho que a gente está vivendo um momento
importante para a Cidade, tem várias obras previstas para a Copa do Mundo.
Podemos usar este momento, quem sabe, para construir uma comunidade-exemplo no
Morro Santa Teresa, para quem vem nos visitar em 2014. É uma população muito
rica que eu aprendi a respeitar, e a cidade de Porto Alegre tem que incluí-la.
Eles precisam ter o seu direito à moradia garantido, que é um direito
universal. E contamos com vocês. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós que agradecemos a presença de vocês dois. Nós
já tornamos uma atividade da Câmara de Vereadores - todos os Vereadores estão
convidados, para, dia 26, dia do aniversário da cidade de Porto Alegre, fazer a
caminhada com o Movimento. Concentração às 9h30min, lá em cima, no belvedere,
na figueira, no Morro Santa Teresa.
Na sexta-feira, vamos até lá para ver os problemas,
levando as Secretarias da Prefeitura na comunidade Vila Gaúcha. Lá tem
problemas de esgoto sanitário, vamos convidar a CEEE, porque tem problema sério
de energia elétrica. Há lixo também, inclusive o Darci me ligou num sábado,
dizendo que tinha lixo acumulado. Então, é importante que o Governo esteja
acompanhando com seus técnicos, é uma forma de a Câmara já contribuir para a
melhoria da qualidade de vida de quem está no Morro Santa Teresa. E, no sábado,
teremos uma atividade mais lúdica, cultural, ambiental. Usem tênis, sem
TVCâmara, uma caminhada no Morro, para conhecer aquela área maravilhosa.
O Ver. João Dib já está inscrito para uma
Comunicação de Líder, mas peço aos Vereadores
paciência, pois interromperemos os trabalhos por cinco minutos, para fazer a
abertura oficial da exposição “Morro Santa Teresa”, aqui no hall de entrada, uma exposição
comemorativa que, depois daqui da Câmara, vai circular pela cidade de Porto
Alegre, a fim de ganhar mais adeptos para essa causa.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Verª
Sofia. Muito rapidamente, queria primeiro registrar que eu e o Ver. Pedro Ruas
acabamos de assinar a Carta de Intenções e estamos sugerindo aos Vereadores que
não entrem na Internet para assinar, já que podem assinar aqui, in loco, esse documento que foi bem
explanado pela Katia e pelo seu Darci, no sentido do encaminhamento desses
planos que todos nós estamos compartilhando nesta tarde de hoje.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem. Eu
espero que o meu nome já esteja ali, porque estou nesta Carta há muito tempo,
mas todos os Vereadores estão convidados. Interrompo os trabalhos por alguns
minutos, mas não sem antes comunicar que amanhã nós teremos a nossa primeira
sessão do cineclube na Câmara, em comemoração ao Dia do Cinema Gaúcho, que é
dia 27. Amanhã, à noite, os Vereadores já têm a programação, às 19 horas, nós
teremos o filme “Em teu Nome”. Depois, teremos debate com o Diretor e com
alguns atores do filme. E, às 18 horas, teremos uma oficina de cineclubismo. Aí
falo para todos os Vereadores que puderem, das 18 horas às 19 horas, nós
teremos o Luiz Alberto Cassol, que é
o Presidente do Conselho Nacional de Cineclubismo, que fará uma oficina,
ensinando como organizar o cineclubismo, como acessar todo o acervo que está
disponível sem pagar direitos autorais. Cada Vereador pode organizar, na sua
comunidade, sessões de cinema a partir da constituição de um cineclube. Então,
às 18 horas, aqui, amanhã; às 19 horas, filme, e, na sequência, debate. Agora
vamos à nossa exposição “Morro Santa Teresa”.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h03min.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h13min): Estão reabertos os trabalhos da
presente Sessão.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, até meados da década de 70 do século passado, Porto Alegre
comemorava o seu aniversário no dia 5 de novembro, pois a colonização da nossa
Cidade se deu em 5 de novembro de 1740. Portanto, Porto Alegre teria, agora,
291 anos. Mas, no início da década de 1970, os Vereadores chamaram os
historiadores da Cidade, e se concluiu que a data de fundação de Porto Alegre
era 26 de março de 1772. Portanto, Porto Alegre está completando 239 anos nesta
semana. E nós queremos ler, neste momento, um artigo que Manuel Braga Gastal,
jornalista - foi Vereador e Vice-Prefeito desta Cidade -, que homenageou Porto
Alegre, em novembro de 1971. Dizia ele (Lê.): “Nunca consegui, depois que com
ele privei, imaginar Porto Alegre sem evocar o homem a quem a cidade deve os
galanteios mais ternos e os mais infinitos cuidados. Era ainda um belo moço
quando o chamaram a maquilar para dama de salão a menina provinciana, certamente
bonita, mas incompatível, então, com os figurinos da moda. Ele chegou com a
máscula beleza herdada dos antepassados índios, que correram as coxilhas e as
várzeas do Continente de São Pedro nas guerras que
formaram o Brasil meridional; com a romântica sensibilidade provinda dos velhos
troncos lusitanos; com a afoiteza dos gaúchos temperados outrora nas refregas
de 35. Só podia dar romance no encontro de Loureiro, o moço, e a cidade em que
ele nascera, mas que vinha a conhecer na intimidade daquele convívio. E deu
mesmo romance. Romance que duraria até o último dia de vida de um dos amantes.
Loureiro plasmou a cidade pelas concepções idealísticas do seu espírito de
esteta. Urbanista honoris causa, como
o chamavam alguns dos amigos mais íntimos, pela sua vocação de retificar, de
embelezar áreas novas. Mestre-de-obras prático licenciado, como ele próprio se
definia. Nas longas conversas que mantínhamos naqueles tempos de Prefeitura,
ele me falava da cidade com a ternura antiga dos tempos de moço. Deus foi
perdulário quando fez Porto Alegre, costumava dizer. O Guaíba era, para ele,
uma dádiva que a nenhum outro povo fora dada. Voltando de uma viagem à Europa,
confessava que não vira, em terra nenhuma, ‘nesses rios cantados em prosa e
verso’, nada parecido com o velho Guaíba. Danúbio ‘azul’, pois, sim... Numa
tarde, no seu veraneio na Pedra Redonda, olhando o pôr-do-sol sobre o rio,
quando nos reuníramos, ele, Nilo Ruschel e eu para elaborar um relatório anual
de governo, gracejou comigo, seu Secretário da Fazenda, pois andávamos às
voltas com problemas de revisão de tributos: - ‘Seu chanceler do Tesouro [disse
ele], arranje uma taxa para pagar esta beleza toda. Quem mora numa cidade como
esta tem a graça de Deus. E deve contribuir por isto.’ Claro que, antes de
Loureiro, muitos amaram a sua cidade, muitos trabalharam por ela. Depois dele
também. A longa e vetusta galeria de seus prefeitos lá está no Paço Municipal.
[Em 1971, realmente, estava no Paço Municipal; agora não está mais.] Todos
ofereceram a sua rosa à enamorada. Todos dedilharam a lira em seu louvor. O
velho Charrua, porém, é o símbolo dos grandes amores, o menestrel, o poeta, o
pintor que morreu de encantos pela sua amada sem ter podido conseguir as tintas
do seu policronismo. Nesta semana de Porto Alegre a minha homenagem é esta. É a
evocação de Loureiro da Silva, em quem simbolizo todos os grandes trabalhadores
pela beleza desta cidade, por suas transformações vencendo os ciclos da
caminhada para grande metrópole, por suas condições cada vez melhores de
acolhimento de multidões. E ao prefeito Thompson, particularmente, conto mais uma
intimidade do nosso Charrua, que ele e eu conhecemos e amamos. Costumava dizer,
referindo-se ao então engenheiro-chefe do Distrito do Departamento Nacional de
Obras e Saneamento: ‘Precisamos reservar uma grande praça para a estátua do
Telmo. Com aquele tamanhão todo...’ Era a sua homenagem a quem, já então, se
tornara credor do apreço dos porto-alegrenses. Enamorado da cidade, também, à
maneira recatada dos técnicos, que fingem ter computadores no lugar do coração,
mas que, no fundo, são igualmente poetas, menestréis e pintores.”
Tanto Thompson Flores quanto Loureiro da Silva
foram Prefeitos que nasceram em Porto Alegre. Por isso a minha homenagem aos
dois, e a consequente homenagem à nossa querida cidade de Porto Alegre. Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Toni Proença assume a
presidência dos trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores; vou usar o meu tempo para registrar que hoje, 21 de março, é o Dia
Internacional de Portadores da Síndrome de Down. Vou fazer um pequeno relato de
um movimento que existe hoje, internacionalmente, abordando essa questão. Ao
longo da história, a sociedade e as famílias mantinham as pessoas nascidas com
Síndrome de Down segregadas. Nos últimos 50 anos, a realidade foi mudando, com
a atuação de organizações internacionais atuando na defesa dos direitos humanos
das pessoas com deficiências, que, através de convenções internacionais,
induziram, no ordenamento jurídico da maioria dos países, o direito à inclusão
social das pessoas deficientes. No Brasil, com a promulgação da Constituição de 1988,
consolidaram-se os direitos das pessoas com deficiência, mas foi com a
conscientização e a mobilização das famílias que estão sendo efetivados esses
direitos.
Em relação à Síndrome de Down, na década de 1990,
as famílias se mobilizaram nas principais cidades brasileiras e fundaram
associações de pais. Em Porto Alegre, surgiu, em 14 de novembro de 1992, a AFAD
- Associação dos Familiares e Amigos do Down -, com sede na Av. Cristóvão
Colombo, 398/401, nesta Capital, que tem como principal objetivo lutar contra o
preconceito e a discriminação familiar, social e educativa. Atua junto às
famílias e a órgãos públicos e privados, principalmente em relação à educação,
saúde, lazer e mercado de trabalho. Em 1995, as associações se congregaram e
fundaram a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, com sede
em Brasília, que vem acompanhando o cumprimento das normas junto aos órgãos
públicos.
Não existe, no Brasil, um censo referente às
pessoas com Síndrome de Down, mas, na área médica, é utilizada uma estatística
em que, em cada 600 nascimentos, um possui essa síndrome. Portanto, estima-se
que, em Porto Alegre, existam aproximadamente duas mil pessoas com a Síndrome
de Down. Hoje, possuímos uma legislação considerada adequada nas três esferas
da Federação, mas a luta continua sendo necessária. Primeiro, para
conscientizar as famílias sobre o potencial dos filhos com Síndrome; segundo,
para que os órgãos públicos fiscalizem a aplicação das normas e capacite os
profissionais, principalmente na área da Educação, para que a inclusão das
pessoas com Síndrome de Down nas escolas e no mercado de trabalho ocorra da
melhor forma possível, sem discriminação e desenvolvendo seu potencial. Os
resultados dessa mobilização já são conhecidos. Existem várias crianças e
adolescentes estudando em escolas regulares. Inclusive, em janeiro deste ano,
colou grau em Música, na Ulbra, uma moça com Síndrome de Down.
Para fortalecer esse movimento, foi instituído o
dia 21 de março, considerando que a referida Síndrome ocorre pela trissomia do
cromossomo 21, quando, em vários países do mundo, são realizados eventos na
defesa dos direitos e da inclusão de pessoas. No Brasil, entre os principais
eventos está um ato comemorativo que ocorrerá hoje, 21 de março, no Auditório
Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, com início às 14h, protagonizado por
diversos Parlamentares, dentre os quais o meu companheiro de Partido Deputado
Romário. Então, queremos trazer a nossa saudação, o nosso abraço a todos os
portadores, às suas famílias e aos cidadãos de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Ver. Toni Proença, na presidência dos nossos trabalhos, Vereadoras,
Vereadores, público que nos assiste, meu caro Dr. Lucio Barcelos, que nos dá a
honra sempre nos momentos em que falamos a respeito da Saúde; eu recebi, Ver.
João Antonio Dib, de V. Exª, este documento encaminhado pelo Ministério da Saúde
para o Conselho Municipal da Saúde em Porto Alegre. Ver. João Dib, por quem
tenho respeito e admiração, em primeiro lugar, o meu agradecimento por ter-me
passado às mãos o documento. Quero fazer alguns questionamentos, Ver. João Dib,
Vereadores, Vereadoras e Ver. Mario Manfro, que atua muito na área da Saúde
também. O primeiro deles, Ver. João Dib. Quando digo Ver. João Dib, não é para
V. Exª esclarecer, porque não é um documento seu, e sim o que eu pergunto a
quem o emitiu. Aqui fala na auditoria realizada na Secretaria Municipal de
Saúde de Porto Alegre, no período de 21 de novembro de 2010, Ver. Elói
Guimarães, a 3 de dezembro de 2010. Está na capa. Ora, de 21 de novembro de
2010 a 3 de dezembro de 2010, nós já tínhamos, Verª Celeste, 11 meses de luta
pela CPI da corrupção na Saúde em Porto Alegre, quando é realizada essa
sindicância. Esse é o primeiro dado que me chama a atenção. Por que atrasaram
mais de um ano uma sindicância dessa natureza? Está na capa do documento. As
denúncias, Ver. Todeschini, ocorreram ao final de 2009, e essa sindicância,
pelo documento, foi realizada entre novembro de 2010 e dezembro de 2010. Há
pouco tempo, portanto.
No que tange ao documento em si, me chama a
atenção, Ver. Mario Manfro, que a Secretaria da Saúde simplesmente informa o
descompasso fraudulento entre os gastos do Instituto Sollus e o que seria
efetivamente correto em termos de despesas, concluindo que essa diferença, ou
seja, aquilo que foi fraudado e que o Instituto Sollus deve ao Município de
Porto Alegre, é no valor de 5 milhões, 418 mil, 735 reais e 2 centavos. Mas não
diz como chegou a esses valores. O Ministério Público Federal e a Polícia
Federal chegaram ao valor, em 2009, de 9 milhões e 600 mil reais, Ver. Haroldo
de Souza, e o Município chegou ao valor de 5 milhões e 418 mil reais. Mas não
diz por que chegou aos 5 milhões de reais, há uma diferença – e eu quero saber,
Ver. Todeschini, este é um dos temas nossos da CPI – de 4 milhões de reais. Por
que o Município, Ver. Elói Guimarães, Presidente da CCJ, conclui que são 5
milhões e 418 mil reais, é documento oficial, e o Ministério Público Federal
conclui que são 9 milhões e 600 mil reais? Há mais de 4 milhões de diferença na
apuração. Ambos concluem que o Instituto Sollus fraudou e furtou de Porto Alegre
muito dinheiro. O Município entende que foram 5 milhões e 400 mil reais. O
Ministério Público Federal entende que foram 9 milhões e 600 mil reais.
Por outro lado, traz o documento a informação de
que os pagamentos efetuados ao Instituto Sollus somaram, em 24 meses, o valor
de 56 milhões, 873 mil, 606 reais e 98 centavos. Isso é uma fábula! Em termos
comparativos, se pegarmos Capitais do porte do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo
Horizonte e Fortaleza, isso é uma fábula! Então, isso precisa, sim, de uma investigação
apurada, que é a que faremos. Eu tomo a liberdade de, a partir deste momento,
Ver. Toni Proença, encerrar o pronunciamento em função do tempo, dizendo que
apuraremos os valores e passando, com a licença do Ver. João Dib, este
documento à Relatora, Verª Maria Celeste. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, públicos que
nos assiste, os que nos acompanham aqui, na Sessão desta tarde, o nosso
boa-tarde. Venho aqui com a anuência do nosso Líder, o Ver. Mauro Pinheiro, e
dos demais membros da nossa Bancada, para fazer um comunicado importante, um
comunicado de Partido. Na semana passada, domingo passado, mais precisamente,
nós todos pudemos acompanhar e assistir, pelo Jornal Nacional, uma denúncia
envolvendo possíveis fraudes em esquemas de licitação no DAER do Rio Grande do
Sul, em algumas das nossas cidades e, também, em outros lugares do Brasil. Hoje
pela manhã, nós discutimos o assunto na Executiva Estadual do Partido dos
Trabalhadores e tomamos a decisão, por unanimidade, de que o PT apoiará a CPI
que vai investigar essas questões ligadas às licitações no DAER, aos indícios
de irregularidades muito graves. Ao nosso Partido e ao nosso Governo não
faltará transparência, e não deixaremos de investigar tudo o que for
denunciado, até a última instância. Essa postura é uma dívida pública não só do
nosso Partido, mas de todos, das Casas Legislativas, da Assembleia e desta
Câmara.
Portanto, venho fazer este comunicado de Liderança
- a Verª Maria Celeste também é membro dirigente da Executiva Estadual do
Partido dos Trabalhadores -, nós daremos os votos; hoje, já tem oito votos, com a iniciativa do Deputado Basegio, do PDT, mas terá também os 14
votos do Partido dos Trabalhadores. Não é possível que se tenha denúncias desse
quilate e que qualquer governo passe a mão por cima. Por isso o nosso Partido,
em acordo também com o Governo, fará o aporte das assinaturas que darão,
certamente, condições de instauração da CPI na Assembleia Legislativa, para que
se investiguem essas denúncias que são muito graves, sim.
De outro lado, quero
corroborar o pronunciamento do Ver. Pedro Ruas, porque me causa muita
estranheza também esse documento distribuído pelo Ver. João Antonio Dib que
quer isentar a Prefeitura da responsabilidade dos desvios ocorridos no
Instituto Sollus. Ver. Pedro Ruas, mais do que isso, nós tivemos, desde o
início, denúncias do Conselho Municipal de Saúde sobre o comportamento e as
práticas do Instituto Sollus, que já tinha um histórico de inidoneidade, de
fraudes, de corrupção em todo o Brasil. Nós temos o histórico e o fato de o
Prefeito José Fogaça ter sido notificado no segundo mês de vigência do
contrato, com a recomendação de que ele anulasse os contratos; notificado pelo
Ministério Público, Vara do Patrimônio Público. E nós tivemos inúmeros outros
elementos que dão conta que, durante o contrato, houve várias irregularidades.
Estranho demais isso, me parece, sinceramente, um parecer encomendado. Até por
isso eu creio que a CPI deve se debruçar sobre esse elemento. Eu duvido que uma
auditoria profunda, séria, possa redundar num resultado como esse documento que
nos foi distribuído. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Luciano
Marcantônio está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Ver. DJ Cassiá; demais colegas Vereadores, cidadãos e
cidadãs; a Prefeitura de Porto Alegre tem avançado muito em relação à sua
preocupação com os serviços básicos da Cidade. São serviços que têm que ser
qualificados, porque atingem a rotina dos cidadãos porto-alegrenses. Em relação
a isso, o Prefeito Fortunati, através da Secretaria de Coordenação Política e
Governança Local e do Gabinete de Planejamento Estratégico, inaugurou, hoje
pela manhã, um novo sistema do Fala Porto Alegre - 156. O 156 é aquele telefone
para o qual o cidadão, no momento em que necessita de algum serviço da
Prefeitura, liga e faz o registro de sua demanda, visando a um atendimento
qualificado. O povo porto-alegrense que sente a necessidade de alguns serviços
básicos, importantíssimos, que envolvem e impactam a sua rotina, quando faz o
registro, espera ser atendido com agilidade e rapidez. Para isso, houve toda
uma reestruturação do Fala Porto Alegre – 156. A partir de agora, nós teremos
uma equipe, através de um call center moderno, atendendo, durante quase
24 horas por dia, a todos os serviços, encaminhando as demandas às Secretarias
e monitorando, para que sejam atendidas o mais rápido possível. Então, quero
parabenizar por mais essa ação importantíssima da gestão Fortunati, que deu um
grande passo, no dia de hoje, atendendo a um grande anseio, a uma grande
carência da nossa querida Porto Alegre. Parabéns ao Prefeito Fortunati, ao
Secretário Busatto e à Secretária do Gabinete de Planejamento Estratégico,
Izabel Matte. Ao encontro desse encaminhamento em relação ao atendimento ao cidadão,
amanhã pela manhã, será inaugurado o novo CAR Centro – Centro Administrativo
Regional do Centro. A cerimônia será realizada às 10 horas, na rua Siqueira
Campos, nº 1.180, no Centro Histórico. Esse evento, inclusive, integra as
comemorações dos 239 anos de Porto Alegre.
Nós temos, através dos CARs, que são os Centros
Administrativos Regionais, a interlocução do Governo com a comunidade. Ter um
CAR Centro estruturado, com uma equipe de técnicos, de servidores à altura da
necessidade do atendimento ao cidadão e uma fiscalização integrada, é avançar
muito em relação ao respeito ao cidadão e à melhoria dos serviços. Através do
CAR Centro, nós podemos encaminhar demandas sobre problemas da região do
Centro, que inclui 18 bairros. Podemos solicitar a vistoria, pela fiscalização,
no Centro Histórico de Porto Alegre, denunciar a má conservação de calçadas ou
marquises, solicitar a limpeza de praças e áreas de lazer, apontar pontos com
problemas no recolhimento de lixo, buscar endereços de locais de atendimento municipal
ao cidadão, ter informações sobre o Centro Histórico, saber sobre o andamento
das obras e demandas do Orçamento Participativo. A população terá acesso à
Internet, também poderá fazer denúncias de maus-tratos contra crianças e
adolescentes e poderá dar sugestões para melhorias do nosso trabalho em relação
ao Centro Histórico. O CAR Centro, principalmente, vai ter uma fiscalização
integrada - a questão da calçada, a questão da Saúde, a questão da poluição
visual, a questão do alvará -, vai ter uma equipe de fiscalização integrada.
São ações como essa que fazem com que nos orgulhemos da Gestão Fortunati,
porque ela avança exatamente naquilo que todos nós sempre precisamos, que é o
serviço básico, que é a angústia do cidadão de ver aquele problema que ele
enfrenta por meses e meses, anos e anos, registra ocorrência, e não resolvem.
Agora, com certeza, Porto Alegre terá um serviço muito mais qualificado e de
muito mais respeito aos nossos queridos cidadãos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(DJ Cassiá): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de
Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu fico contente que o telefone
156 tenha sido elogiado, porque foi instalado na Prefeitura, quando eu era
Prefeito. Mas eu fico também impressionado e me entristece até ver um Vereador
que já ocupou importantes cargos na Administração chamada popular dizer que o
parecer da auditoria do SUS é um parecer encomendado. Pelo amor de Deus. Pelo
amor de Deus! Como alguém pode recorrer a uma afirmação dessas. Eu não posso entender, é dizer que a Administração Pública não
vale nada mesmo! Ele está comparando com os 16 anos em que eles administraram a
Cidade, e que muitas coisas esquisitas aconteceram. E que não foram explicadas
nunca! De qualquer forma, esse documento que fiz chegar às mãos dos Srs.
Vereadores foi uma auditoria feita pelo Ministério da Saúde, uma auditoria que
durou 11 dias. Mas essa auditoria, se tivessem lido o documento que eu lhes
entreguei, teriam visto que foi correspondente ao período de setembro de 2007 a
setembro de 2009. (Lê.): “No período de setembro de 2007 a setembro de 2009, em
que esteve em vigor o Termo de Parceria entre o município de Porto Alegre e o
Instituto Sollus, para execução do Programa de Saúde da Família, o total de
transferências financeiras do FNS para o FMS, creditado na conta corrente nº
58042-2, Agência nº 3798 do Banco do Brasil, foi de R$ 13.913.200,00. Contudo,
os pagamentos efetuados ao Instituto Sollus somaram no mesmo período R$
56.873.606,98”. Isso é o que foi examinado. Todo o tempo em que o Instituto
Sollus trabalhou com a Prefeitura foi examinado. Agora, a Prefeitura já havia
instalado uma comissão de sindicância, porque foi alertada de que havia
problemas e que as notas não conferiam. E aí, por que essa auditoria do SUS dá
conformidade à atuação da Prefeitura? Porque a Prefeitura, diz aqui (Lê.): “O
montante apurado totalizou o valor principal de R$ 5.418.735,02 que, embora de
natureza Federal - vínculo 45, não caracterizaram falha [não caracterizaram
falha, não caracterizaram, não caracterizaram... estou repetindo] do Gestor
Municipal de Saúde, mas sim por atos praticados pelo Instituto Sollus,
detectados na análise das prestações de contas. [Essa análise foi a Prefeitura
que fez.] A partir das constatações das impropriedades nas prestações de
contas, o Gestor Municipal de Saúde [isso é, a Prefeitura.] solicitou à
Procuradoria Geral do Município a apuração dos fatos e providências para
ressarcimento por danos ao erário. Com a conclusão do processo e negativa de
recolhimento por parte da entidade, houve inscrição em Dívida Ativa, pela
Secretaria Municipal da Fazenda de Porto Alegre, cuja Homologação foi publicada
no Diário Oficial (...). Encontra-se atualmente em fase de cobrança executiva
pela Procuradoria Geral do Município (...) [que vai penhorar bens do Instituto
Sollus] Fonte da Evidência: cópia do Relatório de levantamento de débito da
Comissão de Tomada de Contas Especial, Cópia de Certidão de Dívida Ativa (...)
da Secretaria Municipal da Fazenda. Conformidade: Conforme.” E, ao final, diz:
“Não houve notificação ao auditado, tendo em vista a inexistência de
constatação de não conformidade. Através do presente trabalho, comprovamos que
o município de Porto Alegre/RS instituiu o Processo de Tomada de Contas
Especial, face às irregularidades apontadas na execução do Termo de Parceria
com o Instituto Sollus, já inscrito em Dívida Ativa e em fase de cobrança
executiva, conforme dados descritos nas constatações.” Portanto, a Prefeitura
tomou providências muito antes do que se fala aqui e muito antes do que o
Conselho de Saúde, que recebeu esse documento. Esse documento foi enviado ao Conselho
de Saúde. É por isso que eu fiz questão de distribuir a todos os Srs.
Vereadores, para que saibam que o Município agiu corretamente. Levantou as
falhas e está cobrando as falhas. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que
possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia, dado o grande número de Vetos
que ainda têm que ser analisados. Após, retornamos à ordem normal.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, eu e
o Ver. Mario Fraga, que estamos em Grande Expediente, havíamos combinado a
possibilidade de adiantar a Ordem do Dia. No final da nossa conversa,
entendemos que fosse melhor fazer o Grande Expediente neste momento, mas, como
o Ver. João Antonio Dib está fazendo um apelo, e, de minha parte, não há
problema nenhum em adiantar a Ordem do Dia... Só que nós queríamos, então -
quero fazer uma sugestão, consultando o Ver. João Antonio Dib -, usar a
Liderança de oposição neste momento, para, depois, entrarmos na Ordem do Dia.
Poderia ser? Aí, eu daria acordo, Ver. Mario, para jogarmos o Grande Expediente
para depois da Ordem do Dia. Pode ser, Presidente? Seria antes de V. Exª
proferir o encaminhamento desse Requerimento. É nesse sentido. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Devolvo a
presidência dos trabalhos à nossa Presidente, Sofia Cavedon. Quero aproveitar,
Vereadora, para comunicar que, antes, eu me ausentei do Plenário, para
representar a Casa na instalação do Conselho Municipal da Juventude, na
Prefeitura.
(A Verª Sofia Cavedon
reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, Verª Sofia; colegas Vereadores, colegas Vereadoras; evidentemente
cabe a análise do documento entregue hoje pelo Ver. João Antonio Dib,
recentemente lido pela Liderança de situação, que mostra que, no mínimo, R$
5.418.735,00 foram roubados dos cofres públicos municipais. Em que pesem os relatórios do Conselho Municipal de Saúde
terem chegado ao montante de 9 milhões, em que pesem as notas frias
passadas pelo Instituto Sollus e pagas por Porto Alegre, em que pese o
Instituto Sollus ter-se equipado, enquanto instituto, na cidade de Porto
Alegre, com dinheiro público dos nossos contribuintes e do Governo Federal, em
que pese mais de um milhão de reais do nosso Município ter ido para São Paulo,
para empresas que, daqui, parecem empresas de fachada, isso vinculado a mais 40
Municípios terem sido lesados, Ver. Todeschini, pelo mesmo Instituto Sollus, e
mais, seis empresas de fachada, Organizações Não Governamentais de fachada, que
ajudavam no desvio de dinheiro público em 40 cidades do Brasil... Uma
quadrilha! Uma quadrilha especializada em sugar dinheiro público que parou,
Ver. João Antonio Dib, sem licitação, na cidade de Porto Alegre! A pergunta é:
algum Vereador ou Vereadora acredita que existe corrupção sem a omissão, a
conivência ou a parceria de algum agente público? Alguém aqui acredita? E, de
qualquer forma, caberia a uma Prefeitura comprometida com a necessidade de
investigar a verdade não só apoiar a CPI da Saúde, mas clamar por uma CPI da
Saúde, para que possam ser punidos os responsáveis, para que possamos visualizar
os agentes públicos que estão lá dentro ajudando, facilitando a entrada da
corrupção no Município de Porto Alegre. E de nada adianta inscrever na dívida
ativa esses 5 milhões, porque o Instituto Sollus não tem patrimônio! De onde
sairão os 5 milhões que foram roubados da Saúde dos porto-alegrenses? Fica a
pergunta.
Portanto, venho a
esta tribuna clamar pela necessidade de investigação, pela necessidade de
mobilização da população, de pressão social, e pela necessidade da vinda dos
sindicatos às reuniões da CPI da Saúde. As pessoas que lutaram, no Município de
Porto Alegre, pelo Sistema Público de Saúde, que continuem acompanhando. Nesta
quarta-feira, venham ouvir o Procurador Dr. Jorge Gasparini, que investigou,
nos últimos dois anos, o escândalo de corrupção do Sollus. Estivemos lá com o
Ver. Pedro Ruas, Presidente da CPI, e sabemos que o Dr. Jorge Gasparini tem
muito que trazer, a socializar com o Parlamento Municipal, para que, de fato,
possamos punir os responsáveis pela corrupção, no Município de Porto Alegre, em
relação ao caso Sollus.
Venho a esta tribuna
também fazer um questionamento ao Governo, porque faz dois anos que o Abrigo
Municipal Ingá Brita está fechado, um abrigo que cuidava das mulheres e
crianças vítimas de maus-tratos, vinculado à FASC. Nós achamos fundamental a
sua recomposição, para voltar a atender a população de Porto Alegre.
Entretanto, o mesmo abrigo, Ver. Carlos Todeschini, está há dois anos fechado,
e eu me surpreendi vendo, no Diário Oficial do dia 18 de fevereiro deste ano, a
nomeação de uma senhora para ser gerente de um abrigo que está fechado. Então,
eu queria perguntar à Liderança do Governo se essa publicação da gerência do
Abrigo Municipal Ingá Brita é porque a FASC, finalmente, junto com a Prefeitura
Municipal, está reabrindo esse abrigo muito importante, senão não se justifica
a nomeação de uma nova gerência para um abrigo que está há dois anos fechado no
Município de Porto Alegre, sendo que há demandas, há necessidade de um abrigo
desse porte, que, lamentavelmente, ficou fechado nos últimos anos. Estou
fazendo um Pedido de Informações ao Governo, para que possamos, de fato,
fiscalizar e averiguar se, felizmente, é uma política de abertura do Abrigo
Ingá Brita.
Também venho, muito
rapidamente, trazer ao Plenário que nós estivemos, sábado, na Ouvidoria dos
Vereadores, na Semana de Porto Alegre, no Mercado
Público Municipal, e ficamos, Verª Sofia, chocados com a expulsão dos artesãos
e das artesãs que estavam no Mercado Público Municipal, que estavam aguardando
o período de Páscoa e o Dia das Mães, para incrementar as suas vendas,
incrementar o seu material. Eles sequer foram notificados pela SMIC, Rogério,
da sua saída; foram simplesmente retirados do Mercado Público Municipal, sem
nenhuma justificativa, dizendo que retornariam apenas após o Dia das Mães. Vão
vender para quem, se, durante a Páscoa e anteriormente ao Dia das Mães, quando
circula bastante gente para fazer compras, não estarão lá as nossas artesãs, os
nossos artesãos que muito contribuem para a cidade de Porto Alegre e que foram,
evidentemente, desrespeitados pela SMIC. Então, nós queremos uma postura do
Governo Municipal em relação a esse problema e a imediata abertura das 60
bancas lá no Mercado Público Municipal, para valorizar os trabalhos e garantir a
geração de emprego e renda para pessoas tão importantes para o nosso Município.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Bem lembrado,
Verª Fernanda. Recebi da Orlanda Lopes da Paixão, uma das artesãs que está aqui
presente no plenário e que mandou uma carta a esta Câmara de Vereadores,
solicitando a intermediação da Câmara - o Ver. Adeli, que estava conosco, já
tem encaminhamento, gostaria que informasse no microfone de apartes -, porque,
de fato, as artesãs estavam inconformadas que, na Semana de Porto Alegre, foram
retiradas do trabalho no Mercado Público e, no seu lugar, estão biombos com uma
exposição que certamente é importante, mas não mais importante do que gente.
O SR. ADELI SELL: Eu já tinha informado
também ao meu colega Oliboni, que tem uma militância nessa área, entre outros,
que amanhã já tem uma conversa com o Valter Nagelstein. Depois, informarei
publicamente aqui, porque esse não é um assunto atinente a este Vereador, mas a
toda Câmara Municipal. E viva o Dia do Artesão, que foi sábado, vamos
comemorar!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver.
Adeli. O Ver. Adeli estará presente em nome da Casa, se mais Vereadores
quiserem acompanhar, poderão fazê-lo. A Casa está reforçando o pleito de vocês,
Orlanda, obrigada pela presença. O Ver. Adeli será a nossa ponte, para
acompanharmos o desenrolar do tema dos artesãos no Mercado.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidente, na quinta-feira à tarde, eu
protocolei, junto à nossa respeitosa Diretoria Legislativa, um Recurso que diz
respeito à Comissão Parlamentar de Inquérito da Saúde. É evidente que estou
dependendo desse despacho para tomada de providências. Gostaria de perguntar a
V. Exª se poderia me dar informação sobre o curso desse Recurso, para que eu
possa tomar as providências que entender cabíveis, dependendo do despacho.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Diretor Legislativo, Sr. Luiz Afonso, está me
repassando a informação, mas tenho bem presente que assinei o encaminhamento.
Solicitei ao Presidente da CPI, Ver. Pedro Ruas, que forme o processo, para ser
encaminhado à CCJ. Portanto, já está nas mãos do Presidente da CPI. Achei
importante que as informações questionadas por V. Exª sejam prestadas pelo
Presidente da Comissão. Na sequência, deve ser encaminhado à Comissão de
Constituição e Justiça.
O SR. PEDRO
RUAS: Srª Presidente, só para confirmar o que V. Exª refere, há alguns
minutos, a Assessora Liene, da nossa CPI, me passou o Recurso do qual fala o
Ver. Sebastião Melo. Eu pretendo, o quanto antes, no máximo até amanhã, me
pronunciar. Vossa Excelência abriu vista para este Presidente, o que eu
agradeço e posso dar todas as informações ali solicitadas. Aliás, já o fiz da
tribuna, mas vou fazer agora, por escrito, dentro do Recurso do Ver. Sebastião
Melo.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Pedro Ruas.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Agradeço a presteza de V. Exª, mas, no meu
entendimento, quem fala pela Casa é a presidência da Casa. Se V. Exª está
baixando a diligência, é um direito que tem. Agora, o Recurso é interposto,
dirigido à Mesa Diretora, que vai tomar os trâmites corretos. Só não gostaria –
e tenho certeza de que o Ver. Pedro terá o tempo necessário – de que o Pedido
de Diligência demorasse, é isso que este requerente espera que não aconteça.
O SR. PEDRO
RUAS: Só para registrar, eu já disse que, no máximo, até amanhã, terça-feira
– acabei de receber, faz 10 minutos –, estará de volta, com as informações que
V. Exª acha necessárias. Eu não vou responder, eu já respondi. Eu vou reiterar
o que eu já disse, agora com os dados que tem no processo que criou a CPI,
porque, no Recurso, agora, não vieram os dados que estão no processo, veio só o
Recurso para mim. Então, eu devolvi a Liene e pedi para me entregar tudo junto,
para poder fazer a resposta, que pode ser uma diligência que V. Exª solicitou,
pode ser entendido assim, mas respondo a V. Exª dentro das informações que me
pediu.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Vereadores. Não caracterizaria como uma
diligência, apenas acho que, como estão sendo questionadas exatamente as
decisões do Presidente, o Presidente deve informar a esta Presidente, que não
acompanha todas as reuniões. Tenho passado nas reuniões das CPIs muito
rapidamente, algumas fico ouvindo. Então, sem essa informação, não tenho como
dar encaminhamento, Ver. Sebastião Melo.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidente, na quarta-feira passada, eu formulei uma Questão de Ordem, e, pela
consistência da mesma, a série de artigos invocados, o Ver. Pedro Ruas sugeriu
que eu fizesse por escrito. Na quinta-feira, eu entreguei por escrito. Uma
Questão de Ordem, da qual eu não obtive resposta.
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. Dib, esta Questão de Ordem, de fato, ainda não
veio da DL, que está com inúmeras atividades, mas, certamente, até amanhã lhe
responderemos.
O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Srª Presidente, Srs. Vereadores, estamos começando uma semana
importante, mais um aniversário da nossa cidade de Porto Alegre, num ano em que
Porto Alegre está com muitas obras em andamento, com muitos projetos em
desenvolvimento, alguns deles fazendo com que a boa política seja feita como
deve ser feita: com a união das ideias, mesmo divergentes em outros assuntos,
mas convergentes para Porto Alegre. Cito o projeto do metrô, em que parece que,
pelo menos, a mesma linguagem se está falando, todos falam a mesma linguagem.
Eu vi a Bancada do PT, junto com a Ministra Maria do Rosário, uma foto bonita,
eu tenho certeza de que todos falando para a Ministra que precisamos mais do
que nunca das Emendas Parlamentares dela, como Deputada, dos outros Deputados
também e do apoio de todos para fazer esse projeto.
Nós também vemos na imprensa hoje um projeto
importante, que é a revitalização do Cais do Porto, em que a tal de Antaq - é
isso? Parece nome de vírus! - andou botando um pé no freio no nosso projeto,
Ver. Adeli Sell. Eu acho isso um absurdo, já que essa parte do Cais não é mais
porto. E, se não é mais porto, não tem nenhuma razão para uma agência
reguladora de portos meter o bedelho. Eu tenho certeza de que será uma questão
de tempo para que o Governador Tarso Genro e o Prefeito de Porto Alegre, José
Fortunati, os dois, deem um telefonema - eu acho que basta um telefonema - para
esse burocrata que está insistindo nessa tese de trancar o desenvolvimento do
projeto do Cais do Porto. Um telefonema só de alguém com a mente um pouco mais
esclarecida, para que esse burocrata pare com isso, e que trate de começar a
cuidar mais do Porto Mauá, do Porto de Rio Grande, do Porto de Pelotas, do
Porto de Estrela. Que essa agência regule e cuide dos portos que existem, e não
queira ser proprietário do Cais, que é nosso, o Cais, que é de Porto Alegre.
Ele não é mais porto de Porto Alegre, o porto foi deslocado para o Navegantes,
e o Cais é da cidade de Porto Alegre. Então, eu tenho certeza de que todos nós,
cada um na sua direção, vai se preocupar em falar com o Governador, e a Bancada
do PT pode fazer isso, ser a porta-voz da nossa Câmara. E que peça para esse
burocrata deixar de lado o Cais Mauá, para que a cidade de Porto Alegre possa
fazer a grande revitalização e juntar essa revitalização do Cais do Porto à
revitalização que a Prefeitura vem fazendo no Centro de Porto Alegre, já há
alguns anos, com a retirada dos ambulantes, com o Largo Glênio Peres, com o
Mercado Público, com o Chalé da Praça XV, a valorização
dos imóveis do Centro, o ponto comercial sendo valorizado novamente no Centro,
os lojistas fazendo reformas nas lojas. Eu queria pedir para vocês olharem dois
edifícios do Centro: a antiga Livraria do Globo e a Galeria Chaves. Estão sendo
reformados e estão ficando maravilhosos, graças à retirada dos ambulantes do
Centro da Cidade, um acertado Projeto do Governo Fogaça, e que nós estamos
fazendo e continuando no Governo do Prefeito José Fortunati, não sofreu solução
de continuidade em nenhum minuto. Todas as obras de Porto Alegre estão andando!
E eu acho que isso é a melhor homenagem que nós, homens públicos, poderíamos
fazer ao aniversário da cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Ver. DJ Cassiá, extraordinário, competente Secretário e
Vice-Presidente desta Casa, uma maravilha! Eu volto a falar, Ver. Luiz Braz,
sobre as coisas que acontecem em Porto Alegre. Por que, Vereador, tem tanta
gente que gosta de bater nos problemas de Brasília, de São Paulo, Barack Obama,
que fez o maior “carnaval” no Brasil, agora há pouco? E hoje, às 9 horas, ele
foi embora! Mas a gente tem que ver, Ver. Dib, o que acontece na Cidade, no
bairro, na rua, lá no seu bairro! Tem gente que vem a esta tribuna querendo
debater o Brasil todo, querendo debater “n” projetos, voando pela lua, pelo
ventilador, e vão embora! Mas as coisas mais importantes são a sua rua, Ver.
Todeschini, a rua que o senhor mora, o seu vizinho, o próximo, o outro, o do
lado, esse sim! Por que, se eu não me preocupar com a
minha rua, com o meu bairro, onde eu moro, como eu vou me preocupar com o
Brasil todo? Ver. Dr. Raul Torelly, Ver. Idenir Cecchim, as coisas acontecem e
a gente olha e não sabe por quê. E, quando vemos, estamos debatendo assuntos lá
de Brasília, lá de São Paulo, lá de Buenos Aires! Nós temos que nos precaver e
buscar alternativas para os nossos bairros, Ver. Dib. O senhor que foi Prefeito
desta Cidade por 999 dias sabe que tem que combater e saber o que acontece na
cidade da gente, na rua! O senhor lembra, Vereador, quando o senhor era
Prefeito, do nome do vizinho? E do próximo? A gente costuma debater com os
amigos, com os vizinhos o assunto de outra cidade. Mas quero dizer, Ver.
Cecchim, com toda a tranquilidade, que eu tenho preocupação com o meu bairro,
com a minha vila, com a minha rua, com a minha cidade, com a minha Porto
Alegre, com o meu Rio Grande. Por quê? Porque eu não posso viver em outro
mundo, quando todas as atenções estão lá do outro lado do mundo! O homem tem
três limusines, meu amigo! Vem nos visitar! Chega aqui no Brasil, faz o que
quer, anda como quer e vai embora! Mas será que ele deixou alguma coisa para
nós? Será que deixou, Ver. Todeschini? Não! Será que ele pensou nos que mais
precisam? Naquelas pessoas lá da vila, as que mais necessitam? Quero dizer que
é difícil!
Como é bom saber que
aqui tem Vereadores preocupados com a sua rua, com o seu bairro, com a sua
cidade, com o seu Estado. Mas eu, certamente, fiquei impressionado com esse Barack Obama. O homem é poderoso, o homem muda tudo, o homem
faz o que quer. Quando o homem foi dar adeus para a nossa Presidente - querida,
extraordinária Dilma Rousseff -, a Dilma chegou a tremer quando apertou a mão
do homem mais poderoso do mundo. Ver. Adeli, é uma loucura! Eu gosto de
criticar, mas também sei valorizar o que é bom para a Cidade, o que é bom para
o Rio Grande.
Quero agradecer os
meus parceiros - Ver. DJ Cassiá, Nelcir Tessaro, Ver. Nilo Santos, que é meu
Líder, Elói Guimarães - por terem me permitido falar em Liderança. Quero dizer
para todos vocês, podem ter certeza absoluta de que sou defensor absoluto
daquela firma, aquela pequenininha, lá da esquina. Eu não vou lá, bater palmas
na Cinelândia, jamais! Ver. Idenir Cecchim, sei que o senhor gosta, o senhor é
trabalhador, o senhor é empresário que sabe o que é, que ajuda. Nós gostamos
das pessoas que crescem, daquelas pessoas que vêm para fazer acontecer em Porto
Alegre. Então, eu deixo esta mensagem, dizendo: viva o Rio Grande, viva o
Brasil e viva o Grêmio!
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Antonio Dib,
solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos,
imediatamente, entrar na Ordem do Dia, passando o Grande Expediente para o
final da presente Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Antes de abrir
o painel para o registro das presenças, quero ler e lembrar que hoje o Ver.
Mario Fraga fez plantão no Mercado Público, na nossa Ouvidoria; amanhã, será o
Ver. Luciano Marcantônio. Isso está sendo muito positivo, o Vereador deve
distribuir o seu material e atender à comunidade. Na quarta-feira, estão
inscritos os Vers. Pedro Ruas e Fernanda Melchionna; na quinta-feira, a Verª
Maria Celeste; na sexta-feira, o Ver. Airto Ferronato. Depois, lerei quem irá
na semana que vem, que inicia com o Ver. Nelcir Tessaro, na segunda-feira, o
que não quer dizer que os demais Vereadores não possam,
se quiserem, ir até lá acompanhar. É que nós ficamos com um âncora todos os dias.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h17min): Havendo
quórum, passamos à
Em votação
Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni e outros 11 Vereadores,
que solicita sejam votadas em destaque as Emendas nºs 14, 15, 45 e
46 ao PLE nº 039/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação
Requerimento, de autoria do Ver. Beto Moesch e outros Vereadores, que solicita
sejam votadas em destaque as Emendas nºs 38 e 39 ao PLE nº 039/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação
Requerimento, de autoria do Ver. Airto Ferronato e outros Vereadores, que
solicita sejam votadas em destaque as Emendas nºs 28, 29, 30, 31,
33, 34, 35, 36 e 37 ao PLE nº 039/10. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação
Requerimento, de autoria do Ver. Carlos Todeschini e outros 11 Vereadores, que
solicita seja votada em destaque a Emenda nº 68 ao PLE nº 039/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação
Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste e outros 11 Vereadores, que
solicita seja votada em destaque a Emenda nº 49 ao PLE nº 039/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação
Requerimento, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto e outros 11 Vereadores,
que solicita sejam votadas em destaque as Emendas nºs 03, 04, 05,
06, 07, 08 , 09, 10, 11, 13 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 03; Subemenda nº 01 à
Emenda nº 04; Subemenda nº 01 à Emenda nº 05; Subemenda nº 01 à Emenda nº 06;
Subemenda nº 01 à Emenda nº 07; Subemenda nº 01 à Emenda nº 08; Subemenda nº 01
à Emenda nº 09; Subemenda nº 01 à Emenda nº 10, Subemenda nº 01 à Emenda nº 11
e Subemenda nº 01 à Emenda nº 13 ao PLE nº 039/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 1399/10 – VETO
TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 067/10, de autoria do Ver. Carlos Todeschini,
que obriga os estabelecimentos que comercializem alimentos, produtos de higiene
ou de limpeza, bebidas ou remédios a disponibilizarem lupas aos seus clientes e
a mantê-las em condições de uso.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela
manutenção do Veto Total;
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela
manutenção do Veto Total;
- da CUTHAB. Relator Ver. Nilo Santos: pela
manutenção do Veto Total;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Mario Fraga: pela
manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 02-03-11 (quarta-feira).
-
discutiu a matéria o Vereador C. Todeschini.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 067/10 com Veto Total.
(Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLL nº
067/10 com Veto Total.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras; primeiro, eu creio que, por uma
questão de coerência, o Veto evidentemente vai ser derrotado, porque, quando V.
Exª apresentou o Projeto, se não me engano, ele passou por unanimidade em todas
as Comissões e, posteriormente, no Plenário, foi amplamente apoiado pela Casa, por se tratar de um projeto meritório. Digo ainda, Ver. Cecchim,
que ele é meritório por dois aspectos: primeiro, por entender que o
envelhecimento salutar, no sentido do avanço da Medicina, do avanço da atenção
básica da Saúde, do avanço de questões fundamentais, tudo isso tem feito com
que nossa população, felizmente, viva bastante. E nós sabemos que as pessoas de
mais idade têm problemas relacionados à limitação visual, porque, a partir de
uma certa idade, é científico, qualquer médico sabe, e o Dr. Raul e o Dr.
Thiago podem aqui esclarecer, na faixa dos 45, 50 anos, aumenta a dificuldade
de leitura sem o uso de óculos. Então, é um Projeto que disponibiliza lupas ao
consumidor nos estabelecimentos comerciais, para auxiliá-lo na leitura tanto
das informações adicionais que estão nos rótulos dos produtos - e este é o
segundo aspecto meritório do Projeto -, quanto na leitura de bulas, enfim,
questões mais específicas de cada produto.
Eu quero me deter,
Ver. Todeschini, nas informações adicionais. Quem aqui não pegou algum encarte
de promoção em que tinha um asterisco referindo-se a uma ressalva minúscula, lá
no cantinho da página, Ver. Brasinha, com relação à promoção ou ao produto?
Felizmente, a legislação hoje diz que qualquer produto alimentício deve ter, no
seu rótulo, o percentual de gordura trans que possui, seja em biscoitos
recheados, chocolates, porque se trata de uma gordura prejudicial a nossa
saúde. Vocês sabem em que tamanho de letra aparece o percentual de gordura
trans? É minúsculo, acho que a fonte é menor que sete! Ou outras informações
adicionais, quando se trata de produto transgênico, por exemplo. Fizemos uma
luta nacional quando da aprovação da transgenia, porque não foi testada ainda,
Ver. Pedro Ruas. Ninguém aqui é cobaia para se alimentar a vida inteira de
alimentos transgênicos e ver a repercussão, no final da sua vida, com doenças
contraídas a partir dessa alimentação. De fato, tem que constar no rótulo dos
produtos e, em muitos produtos, não consta! Para os diabéticos, lembra o Ver.
Todeschini, informar se o produto contém glúten, por exemplo. Então, é uma
série de informações adicionais necessárias e fundamentais ao conhecimento da
população que, via de regra - não vamos generalizar -, aparecem no rodapé do
rodapé do rodapé, com fonte menor que sete, minúscula, de difícil leitura. Com
o oferecimento de algum material que amplie o tamanho da fonte e auxilie a
população a ler essas informações adicionais quem ganha é a população de Porto
Alegre. O exemplo que o Ver. Carlos Todeschini usa no seu Projeto já é prática
em vários outros países do mundo, facilitando à população consumidora,
inclusive, em caso de abuso do material consumido, a procura do Procon.
Pois eu fui ler a razão do Veto e muito me espantou
que a Prefeitura tenha dito apenas que não foi tratado com o Procon e que não
tenha impacto financeiro, como se coubesse ao legislativo fazer análise de
impacto financeiro – o que, aliás, cabe à Prefeitura, e a Prefeitura não faz,
porque, no IMESF, não apresentou relatório de impacto financeiro e não
apresenta na maior parte dos projetos! E, segundo, para fazer o Veto, a
Prefeitura poderia ter averiguado esse relatório de impacto financeiro,
apresentando uma alternativa para a população consumidora da cidade de Porto
Alegre.
Portanto, creio que, por coerência, Ver.
Todeschini, esta Casa vai derrubar o Veto, manter o Projeto e oferecer mais uma
comodidade à população da nossa Cidade.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLL nº 067/10 com Veto Total.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; Sr. Ver. Todeschini, o seu Projeto é espetacular. Mas, Vereador,
será que, quando chegarmos num restaurante, Ver. Paulinho Rubem Berta, vamos
pegar uma lupa para começar a olhar? Será, Vereador? Também gostaria, Vereador,
se for derrubado o Veto e aprovado o Projeto, que se implantasse essa lupa
aqui, no Parque da Harmonia, quando os gaúchos e as gaúchas acampam ali. Ver.
Todeschini, será quase impossível implantar! Isso é o mesmo que aquele projeto
do Ver. Elias Vidal que queria fechar os bares e restaurantes às dez horas da
noite. Eu falei: “Vereador, vai e proíbe os caras de beber ali no Parque da
Harmonia! Vai ali, Vereador!” O Ver. Sebenelo também defendia isso na época.
Vão ali e vejam como eles vão sair de lá, Ver. Cecchim, porque as coisas
acontecem. E, cá para nós, tenho certeza absoluta de que, quando o senhor
apresentou este Projeto, tinha a melhor das intenções para Porto Alegre. Mas o
senhor imagina, Vereador, a cultura de Porto Alegre, as pessoas que vão a
bares. Eu confesso, se for aprovado o seu Projeto, derrubado o Veto, imagine
chegar na Churrascaria Barranco e pedir uma lupa, Ver. Beto Moesch, para olhar.
O senhor imagine, se tiver 300 clientes lá, todo o mundo querendo uma lupa,
como fica? Vai ter que ter 300 lupas, não é Vereador? Ver. Oliboni, com toda a
atenção e a boa vontade que o Ver. Todeschini teve em apresentar esse Projeto,
claro que ele quer o melhor para Porto Alegre, mas a gente sabe como funciona:
vamos implantar esse Projeto lá no IAPI, lá no bairro Rubem Berta, ou lá na
Safira, na Bom Jesus ou na Vila Divineia! Eu tenho certeza absoluta de que o Ver.
Todeschini quer o melhor para Porto Alegre, quer o melhor para as pessoas, mas
é difícil, Vereador, é difícil! A não ser que ele mesmo mostrasse como seria
apresentado.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com prazer, Ver.
Brasinha, está contemplada a sua preocupação, e ela é muito nobre, de como o
Projeto se estenderia às vilas e bairros. Veja só, essa lupa custa seis reais.
(Mostra lupa.) E o Projeto prevê que, nos estabelecimentos com mais de 150
metros quadrados, a regulamentação da lei, que deverá ser feita pelo Executivo,
determinará o percentual dos carrinhos com a lupa acoplada. Nos demais, que têm
menos de 150 metros quadrados, que é lá no seu bairro, a sua
farmácia, por exemplo, terá uma dessas lupas na cabeceira das gôndolas.
Geralmente, os mercados têm de três a quatro gôndolas, bastando ter três a
quatro lupas que custam seis reais cada uma, mas que auxiliam muito quem
precisa conhecer as informações dos produtos. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Ver.
Todeschini, se, nesse caso, cem clientes chegassem na mesma hora, como seria
feito?
O Sr. Carlos
Todeschini: Bem, depende do percentual de produtos que têm problema de
identificação e do interesse também. Se não tem disponibilidade para todos,
certamente, farão fila, mas tem a possibilidade. O importante é que, se alguém
precisar ter a informação, poderá ter a leitura facilitada. O que importa é
defender o direito, principalmente, do idoso, que é quem mais sofre, pois nós
todos entramos numa fase em que a visão é dificultada. Meu nobre colega, Ver.
Brasinha, sobre essa questão, por exemplo, eu fiz um trabalho com a TV Câmara,
num grande supermercado da Cidade. É um amigo nosso, ele é daqui, é uma rede
enorme, cujo proprietário, seu sócio-gerente eu visitei, e ele também
concordou, achou que a ideia é muito boa. Absolutamente todas as pessoas que
entrevistamos pela TV Câmara elogiaram a iniciativa e acham que ela é
bem-vinda. Muito obrigado.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado,
Ver. Todeschini. Ver. Todeschini, quero lhe dizer que não consegui captar o que
V. Exª disse, mas vi a preocupação que o Vereador tem. Imagine, Ver. Nelcir
Tessaro, o senhor chegar lá naquele restaurante maravilhoso de que gosta muito,
ao lado do Internacional, ali circula muita gente. Quantas lupas devem ter lá?
Quantas? É um problema! Ver. Reginaldo Pujol, meu irmão querido, eu gostaria de
ajudar o Ver. Carlos Todeschini a derrubar esse Veto, mas é complicado,
Vereador. A sua palavra, a sua sugestão não me convenceu, a não ser que o
Vereador se disponibilizasse a colocar, em todos os restaurantes de Porto
Alegre, um monte de lupas! Imaginem chegar, de bar em bar, na Rua Lima e Silva!
Teria que colocar 20, 30 lupas ali, porque o restaurante que tem menos
movimento tem mais de 30, 40 clientes. É complicado. Ver. Todeschini, não posso
concordar com V. Exª, mas quero dizer que, na próxima, estarei com V.
Excelência.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLL nº 067/10 com Veto Total.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus
senhores e minhas senhoras; em 1830, o Governador da Província do Rio Grande,
Caetano Maria Lopes Gama, dizia: “Chega de leis, as que tem são suficientes”.
As leis devem ser claras, precisas e concisas, e essa lei do Ver. Todeschini,
como não tem penalidade a ser aplicada a quem não cumprir, é uma lei sem
eficiência nenhuma. Portanto, o Veto deve ser aceito com toda a tranquilidade,
porque ao indivíduo que não cumprir a lei, não há nada que possa acontecer a
ele, então, eu acho que nós não precisamos perder o nosso tempo, simplesmente
aceitamos o Veto. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
discutir o PLL nº 067/10 com Veto Total.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Saúdo a nossa Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadoras e
Vereadores, público que acompanha nossa Sessão no dia de hoje; ora, estava ouvindo
atentamente os meus colegas Vereadores, os quais falavam do Veto do Prefeito
Municipal ao Projeto do Ver. Carlos Todeschini que obriga os estabelecimentos
que comercializam produtos de alimentação, higiene ou de limpeza, bebidas ou
remédios, a disponibilizar lupas a seus clientes. E a lupa a que o Ver.
Todeschini se refere é esta aqui, que custa em torno de seis reais. (Mostra a
lupa.) Quando vamos ao supermercado, Ver. Dr. Raul, todos sabemos que, se
tivermos dúvida com relação ao preço de uma mercadoria, existe o leitor do
código de barras. Então, Ver. Comassetto - V. Exª que discutia há pouco,
conosco, na Bancada -, o cidadão que tiver dificuldade de verificar o preço de
uma mercadoria pode utilizar o leitor do código de barras. Ele está automático
ali, é como ver o extintor de incêndio na entrada deste plenário; é como ver,
no futuro, na entrada deste plenário, um outro equipamento. O leitor passa a
ser parte daqueles que precisam, necessitam. E quem é que necessitaria dessa
lupa? As pessoas que têm uma certa idade e que têm dificuldades de visão. Eu
tenho 54 anos de idade e, ao fazer uma leitura, se eu não estiver com os meus
óculos, terei dificuldades. Imaginem aquele cidadão que não levou os óculos ao
supermercado e não tiver uma lupa à disposição, ele vai chegar, às vezes, com
determinada mercadoria no caixa e, possivelmente, ele poderá se deparar ou com
um preço diferente, ou com uma mensagem diferente, até porque nós percebemos a
dificuldade de os cidadãos fazerem a leitura de certas coisas. É um custo muito
baixo. Hoje, o Ver. Brasinha estava dizendo aqui: “Como é que bares ou pequenos
supermercados poderão suportar isso?” Não é para bares e pequenos
supermercados, é, de certa forma, para grandes empreendedores, aqueles que têm
acima de 150 metros quadrados de construção. Estabelecimentos com 150 metros
quadrados já são maiores, grandes. Eu queria aproveitar e mostrar para a câmera
a dificuldade que teríamos em ler estes rótulos aqui. (Mostra rótulos.) Olhe,
Ver. Brasinha, a dificuldade! Sem óculos, não tem como; sem lupa, pior ainda!
Não tem como visualizar se o produto é light
ou não, nem a sua composição.
Eu acho muito oportuna a iniciativa do Ver.
Todeschini, porque a proposta dele dialoga com a saúde. O cidadão que tem
dificuldade de ler, com certeza terá dificuldade em perceber que tipo de
produto é esse, até porque, quanto tu vais ao supermercado hoje, tem o mesmo
produto de diversos fabricantes. Acho que é louvável a iniciativa do meu colega
Vereador. Portanto, quero dizer que derrubar o Veto do Prefeito não é ser tão
radical assim, Ver. Brasinha, porque ele dialoga com aqueles que mais têm
necessidade de conhecimento ou de acesso a uma pequena lupa.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Querido Ver. Oliboni,
o senhor falou que é difícil ter um supermercado, um bar, um restaurante com
150 metros. Mas quero dizer a V. Exª que, se o senhor andar no seu bairro, tem
vários supermercados que têm 200, 300 metros. Hoje, não existe quase
supermercado pequeno, com menos de 200 metros. E, se o senhor andar ali no seu
bairro, ali mesmo, eu conheço vários supermercados que têm 300, 400, 500
metros. E isso eu acho que vai causar uma preocupação para o empreendedor, para
o empresário, o médio, o pequeno...
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Seis reais, Brasinha!
O Sr. Alceu
Brasinha: Tudo bem! Mas, Vereador, imagine chegarem cem clientes, tu sabes, um
mercadinho pequeno...
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nem todos precisam da lupa, Brasinha, é como quem vai verificar a
leitura do código de barras, nem todos precisam ir lá e verificar. Não vai dar
fila. Apenas haverá um esclarecimento, em cada corredor do supermercado, que
existe uma lupa à disposição. Isso é salutar. Inclusive, nós estamos dizendo
que hoje, no mercado, quem ganha mais... Quem tem mais lucro hoje, Brasinha?
Material de construção e supermercado. Eles não teriam condições de botar 20
lupas, se tivesse 20 corredores?
O Sr. Alceu
Brasinha: E V. Exª concordaria em botar também no Carrefour e no Walmart?
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Com certeza! Com certeza! E V. Exª também seria a favor, com certeza.
O Sr. Alceu
Brasinha: Eu tenho certeza absoluta de que gostaria, porque esses caras fazem mal
para Porto Alegre, fazem mal para o Rio Grande, fazem mal para o Brasil! Fora
eles!
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Ver. Carlos Todeschini, eu estou me convencendo de que o Ver. Alceu
Brasinha acabou de concordar que é importante para a Cidade e para o cidadão
instituir as lupas nos corredores, para poder ajudar a quem tem dificuldade de
leitura dos rótulos dos produtos que estão à disposição para venda. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Com a nossa solidariedade pelo dia diferenciado que
seu Partido, o Democratas, está vivendo, o Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir o PLL nº 067/10 com
Veto Total.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Agradeço a solidariedade de V. Exª, até porque
acho que o Partido, a partir de hoje, ganha respeitabilidade, já que os
adesistas estão saindo pela porta da legislação. Srª Presidente, agradecendo os
cumprimentos de V. Exª, que acolho nos respectivos termos, adentro a matéria
objeto da discussão. A Casa toda é testemunha de que tenho cultivado, no
debate, especialmente quando da apreciação de Vetos, o compromisso de se buscar
a informação técnica contida no Projeto. No caso concreto, Ver. Bernardino
Vendruscolo, V. Exª teve um Parecer, na Comissão de Constituição e Justiça,
aprovado por unanimidade - raridade na Comissão de Constituição e Justiça -, dizendo
da legalidade do Veto. Todas as Comissões que examinaram a matéria opinaram
pela manutenção do Veto, isso sempre com manifestações de imensa maioria
relativamente às pretensões daqueles que gostariam de ver mantido o Projeto.
Isso, Sr. Presidente, nos dá um indicativo muito forte a respeito não só da
tendência da Casa, mas, sobretudo, da homogeneidade da manifestação dos órgãos
temáticos do Legislativo da Cidade acerca dessa proposição. Aliás, quero, com
toda a honestidade, declarar o seguinte: quando o Projeto tramitou na Comissão
de Constituição e Justiça, o Ver. Pedro Ruas deu Parecer pela legalidade, e eu
aprovei esse Parecer, resguardando-me o direito de, em plenário, discordar do
mérito. Honestamente, quero dizer, com o maior carinho que tenho pelo Ver.
Todeschini, excelente Parlamentar, diligente Parlamentar, homem que, com
frequência, acende debates importantes nesta Casa, que, no caso concreto, a
minha discordância é mais do que de mérito, é até de conveniência. Eu fico
imaginando, Vereador, que V. Exª, no seu propósito de fazer uma boa lei, acabou
cometendo alguns excessos, porque eu não imagino, Ver. Idenir Cecchim - que foi
Secretário da Industria e Comércio há pouco tempo -, que no bar, que é um misto
de mercadinho, restaurante e mercearia, tenha que se colocar essas lupas para a
freguesia que, normalmente, nos domingos, dali se socorre, para buscar o pão da
hora, os frios, as bananas, as necessidades do dia, e que, obviamente, não
carece de uma lupa, nessa altura, para saber do preço da mercadoria que ela
discute diretamente com o proprietário do estabelecimento.
Então, com o
melhor propósito que possa ter a matéria, eu concordo com o Ver. Brasinha: há
uma quase impossibilidade não jurídica, mas prática, de se colocar em execução
uma matéria como esta. O Ver. Idenir Cecchim há de me confirmar que
propriedades na área do comércio com menos de 150 metros quadrados, uma das
hipóteses previstas, são na ordem de milhares - dezenas de milhares, quem sabe,
até uma centena de milhares - porque são todos esses estabelecimentos... Nós
estamos falando muito nos supermercados! Mas olhem aqui: “O Projeto obriga
estabelecimentos que comercializem alimentos [pode ser até um lugar onde só se
vende cachorro-quente, etc.], produtos de higiene ou de limpeza, bebidas [um
bar! Num bar se vendem bebidas, então, precisa ter lupa também!] ou remédios
[farmácia, da mesma forma] a disponibilizarem lupas aos seus clientes e a
mantê-las em condições de uso.” É muito, é demasia!
Por isso, eu
concordo com as Comissões temáticas e, com todo o apreço, Vereador, mas com a
lisura de sempre, estou na tribuna dizendo que vou acompanhar as Comissões
temáticas e votar pela manutenção do Veto. Era isso, Srª Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não há mais Vereadores inscritos para discutir. Em
votação o PLL nº 067/10. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 067/10 com
Veto Total, como autor.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e aqueles que nos assistem;
aqui não dá para entender, porque são os mais contraditórios argumentos que se
pode ouvir e imaginar. Em primeiro lugar, uma lupa dessas custa seis reais! Uma
lupa é suficiente para um estabelecimento pequeno ter disponível, para que a
pessoa possa ler, possa entender os rótulos. É sabido que, com o avançar da
idade... Exceto o Ver. João Dib, que tem uma visão excelente, mas isso não é a
realidade do povo, João Dib, inclusive, não é a minha! O senhor me pediu a
pasta com os rótulos, e vi que o senhor está com uma visão excelente ainda,
graças à sua saúde, é muito bom isso! Mas não é a realidade da maioria das
pessoas. A maioria das pessoas tem extrema dificuldade de leitura. Eu fui a uma
rede de supermercados e as pessoas me disseram que, caso esquecessem os óculos
em casa, elas não teriam nem como fazer as compras e que isso poderia ser um
excelente instrumento. Aliás, tem gente que usa os óculos só nos supermercados.
Mas o mais incrível é que isso é realidade na Suécia, na Suíça, na Alemanha, na
Itália, todos os países da Europa adotaram essa medida. E nós poderíamos ser
pioneiros aqui. Por que não vamos ser? Talvez porque, de novo, o Prefeito não
leu, algum assessor fez um parecer, e ele assinou. O próprio Secretário Busatto
me dizia que não entendia por que tinha sido vetado esse Projeto, pois não
havia razão para o Veto. O Projeto tramitou aqui na Câmara com o apoio, com a
votação unânime de todas as Comissões. Todas as Comissões votaram a favor!
Agora, eu não entendo por que o Veto, e por que, depois do Veto... Então,
evidentemente, as Comissões seguem a vontade do Executivo. Isso é, mais uma
vez, esta Casa abrir mão e abdicar da capacidade do dever de legislar e de aperfeiçoar as políticas públicas que devem trabalhar para o
benefício da nossa população, Ver. Luiz Braz, que me escuta atentamente. Estive
numa grande rede de supermercados e fui saudado. O gerente, que é nosso amigo,
conhecido de todos, disse que era uma boa iniciativa e que isso, inclusive,
poderia ajudar as pessoas e facilitar o seu interesse pela compra no comércio.
Mas eu não consigo entender por que um Projeto tão simples que sequer
estabelece penalidades não é aprovado. O Projeto não estabelece nenhum
requisito especial, como o tipo de lupa, a quantidade, o percentual que as
redes deverão adotar, isso tudo fica a cargo do Executivo. Uma das
justificativas do Executivo é que esse é um trabalho que deve ser feito pelo
Procon, mas o Coordenador do Procon da Cidade diz que a lei é muito boa para
auxiliar no trabalho. Então, há tanta incoerência, há tanto descaso no exame de
matérias, que eu não consigo entender. Estou falando aqui do Executivo.
Perdoem, Srs. Vereadores, mas o Executivo trata mal esses assuntos. É uma
questão muito simples, muito tranquila, porque não vai onerar, não vai
prejudicar ninguém, mas vai facilitar em muito a vida das pessoas,
principalmente daquelas que têm dificuldade, daquelas que precisam consumir
produtos não alérgicos, produtos que tenham a composição necessária para evitar
ou afastar moléstias, como a doença
celíaca, o diabetes e outras. Eu peço uma
vez...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 067/10 com Veto Total.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon;
colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores; vou fazer a defesa do
Projeto do Ver. Carlos Atílio Todeschini sob o ponto de vista da autonomia
legislativa. Quando discutimos este Projeto, ele foi aprovado pela unanimidade
dos Vereadores. A unanimidade dos Vereadores, naquele momento de discussão e
aprovação, no final do ano de 2010, tem um sentido. A totalidade das Bancadas
aqui presentes e os Vereadores foram pela aprovação do Projeto. Temos tido um
conjunto de projetos do Legislativo - e não é só dos Vereadores do PT ou das
Bancadas que compõem a oposição, mas da totalidade dos Partidos - que aprovamos
por unanimidade, mas não há um diálogo, por parte do Executivo, previamente,
para trazer as dúvidas a respeito do Projeto - e nós temos aqui um
representante do Executivo que tem que tratar isso conosco –, e, depois, recebe
Veto Total. Portanto, Ver. João Antonio Dib, eu creio que está faltando um
pouco de diálogo sobre os temas que dizem respeito ao interesse da Cidade.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um
aparte?
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Infelizmente,
eu não posso lhe dar um aparte, porque estou encaminhando, Ver. João Antonio
Dib, senão, seria um prazer, como sempre, em relação a V. Exª e aos os demais
colegas também. Portanto, eu estou trazendo esse primeiro tema para o debate,
que é a prerrogativa da autonomia e da independência do Legislativo a respeito
de algo que nós aprovamos por unanimidade. Não pode haver uma mudança tão
brusca em 60 dias: aprovarmos por unanimidade e, depois, o Executivo rejeitar
por unanimidade, porque é Veto Total, então, a totalidade do Governo também
rejeita o Projeto.
O Projeto do Ver.
Carlos Todeschini é um projeto simples, mas que abre, sim, quando não se quer
discutir com profundidade os temas, a possibilidade da discussão, ou a
insinuação de chacotas. Eu acho que não. Como estamos no âmbito municipal, não
podemos legislar sobre o direito comercial, e a questão de quem define e aprova
a questão dos rótulos, que é um direito comercial, é a legislação nacional. E
quem recomenda tecnicamente a respeito da saúde é a Anvisa - e não o Município
- e toda a legislação federal, então, nós não podemos determinar o tamanho das
letras que são usadas nos rótulos. Os senhores hão de convir que nós, que
conseguimos enxergar bem ou que usamos óculos para ler... Eu uso óculos para
leitura e, quando não estou com os óculos junto, confesso que tenho dificuldade
para ler, quando as letras são do tipo dez para menos. Portanto, a lupa num
supermercado serve para que aquelas pessoas que têm deficiência ou dificuldade
visual possam verificar essas informações, que são informações necessárias, Srª
Presidente. Para concluir o meu raciocínio, as informações que são necessárias
são as informações da composição dos alimentos, da relação química que tem nos
alimentos, dos riscos que pode haver nos medicamentos e nos alimentos, das
precauções que devemos ter, do cuidado que devemos ter com as crianças, e
outros. Todas essas recomendações, normalmente, são escritas com letras muito
pequenas. Num supermercado provido de lupa em um, dois ou em três caixas e onde
as pessoas idosas tenham preferências - porque tem, em supermercados, caixas
destinados às pessoas portadoras de deficiência visual e às pessoas da terceira
idade -, por que não ter esse equipamento ali? Outro dia, o Ver. João Antonio
Dib brincava comigo e dizia: “Olha, eu posso te oferecer a lupa que eu tenho lá
no meu gabinete”. Eu disse: “Não, essa é necessária para o senhor analisar os
projetos de lei que entram com a letrinha muito miúda”. Então, na verdade,
precisamos da lupa no supermercado.
Valorizamos muito os
países de primeiro mundo. Quando queremos fazer uma boa referência sobre a
política social, falamos da Suécia; quando queremos falar do desenvolvimento
cotidiano, por exemplo, de energia, falamos da Alemanha, mas, na Alemanha - eu
já tive oportunidade de estar lá -, tem lupa nos supermercados. Na Suécia -
também tive oportunidade de estar lá -, tem lupa nos supermercados. Quase todos
os países do Primeiro Mundo têm mecanismos para que as pessoas portadoras de
deficiência possam ler esses produtos com qualidade. Eu concluo, Srª Presidente
e colegas Vereadoras e Vereadores, dizendo dessas duas questões: primeiro, nós
aprovamos o Projeto por unanimidade. Não é possível mudar de opinião tão
rapidamente, e, agora, não aprovarmos o Projeto. Segundo, é uma questão técnica
e de direitos humanos, porque pessoas portadoras de deficiência têm o direito
de visualizar com nitidez aquilo que lhes é oferecido, como alimentos,
medicamentos e outros produtos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 067/10 com
Veto Total.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Verª Sofia; colegas Vereadoras e
Vereadores; eu espero que a nossa discussão possa ter sido profícua no sentido
de garantir a manutenção de um Projeto, Ver. Dib, que é um projeto modesto,
Ver. Todeschini, que V. Exª propõe. Propõe no sentido de garantir a ampliação
de direitos, de trazer mais transparência às compras que as pessoas realizam,
permitindo um instrumento de facilitação no momento da compra, como são as
lupas. Um Projeto que o próprio Executivo aponta que não prevê sanção para quem
não cumprir a lei. Eu tenho certeza de que V. Exª não colocou a sanção no
sentido de facilitar a sua aprovação, trazer um debate social e garantir que se
torne lei, mais um direito, e a Prefeitura que avalie os mecanismos de controle
para o cumprimento da lei. É como nós fazemos nos programas que votamos nesta
Casa, como nós fazemos em uma série de debates feitos no sentido de estimular
que venham a público questões fundamentais. Além disso, me lembra o Vereador de
que, quando uma política pública é instituída na Cidade - e existe o costume de
poder conferir os rótulos, conferir as informações adicionais, enfim -, quem
não cumprir e não tiver essa facilitação vai perder os seus clientes, porque,
evidentemente, as pessoas e as formas de organização que existem, o próprio
Procon, o Movimento de Donas de Casa que, muitas vezes, faz o controle dos
preços e da tabela, vão se organizando socialmente para
garantir ou barrar os abusos que, muitas vezes, acontecem quando se trata de
comércio. Quantas vezes nós vemos, em encartes promocionais, que a promoção
dura até o outro dia, à meia-noite, ou até quando durar o estoque, e a pessoa
chega para comprar, e não tem no estoque! Há uma série de exemplos que, de
fato, nos trazem a necessidade de que as informações sejam cada vez mais
públicas e em letras maiores. Se fosse um projeto que propusesse letras maiores
para informações relevantes, teria a mesma importância social das lupas. Só que
as lupas facilitam para aqueles que têm problemas visuais, que precisam de
óculos, ou outros instrumentos para facilitar a leitura dos rótulos. Isso já é
realidade em vários países do mundo. Então, é muito estranho que Porto Alegre,
que busca a sua modernidade, onde muito se fala da Copa de 2014, não consiga
fazer um projeto modesto para facilitar a vida da população consumidora! Muito
me espanta que a gente esteja discutindo ser a sétima economia do mundo - e
ainda não é o sétimo país em educação, nem em direitos sociais, nem no combate
à desigualdade -, mas sequer a ampliação de um direito básico nós podemos ter!
Sinceramente, digo aos Vereadores da base do Governo, os argumentos do Governo
no Veto Total, por favor! Dizem que o Procon não foi consultado, mas o Procon
diz que é um projeto meritório. Porque não prevê a sanção. Ora, precisa de um
Veto Total, porque não prevê a sanção? Por que não uma emenda ou um Veto
Parcial, incluindo outra emenda, garantindo uma penalidade que a própria
Prefeitura propusesse? Terceiro, que o Vereador não propõe impacto econômico.
Ora, daqui a pouco, nós vamos perder a função do Legislativo, porque até
relatório de impacto econômico-financeiro os Vereadores terão que fazer agora!
Eu não vi nenhum projeto nesta Casa com relação de impacto-financeiro, porque
nós não temos os instrumentos. Eu tenho certeza de que não é má vontade de
Vereador ou Vereadora, mas nós não temos os instrumentos para avaliar o impacto
econômico dentro do orçamento da Prefeitura, que, nesse caso, é zero, Ver. João
Antonio Dib, porque está legislando para as entidades privadas, é uma lupa que
custa seis reais. Então, nesse caso, é zero do ponto de vista da Prefeitura. E
sequer quando se trata de dinheiro público, a Prefeitura manda relatório de impacto
financeiro! Durante o IMESF, durante toda a votação da privatização da gestão
da Saúde da Família em Porto Alegre, pedi ao Governo um relatório de impacto
financeiro, e não veio, não veio! Acabou a votação, e não veio! Então, como
pode o Prefeito, que não faz nos seus projetos relatórios de impacto
financeiro, exigir de um Vereador, que não tem todos os instrumentos da
Prefeitura, que o faça? Não me parece um argumento razoável, não me parece que
seja uma postura de ampliar o diálogo com o Legislativo, inclusive,
Vereadora-Presidente, garantindo a sua autonomia, porque aqui foi votado por
unanimidade, e eu espero que o Projeto seja mantido por unanimidade também.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 067/10 com
Veto Total.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, senhoras e senhores; eu não ia encaminhar, porque acho que esta
matéria não precisava ser encaminhada. É tão lógico o Veto que foi colocado
pelo Sr. Prefeito Municipal que eu acredito que não precisava ser encaminhada.
Só que tem Vereadores que teimam em vir aqui na tribuna para iludir a opinião
pública. Isso é muito ruim, porque, afinal de contas, temos a obrigação de
orientar bem a opinião pública, porque fomos eleitos para isso, somos
representantes públicos para isso. As pessoas acreditam naquilo que nós
falamos, então, é crime as pessoas virem aqui à tribuna e tentarem iludir a
opinião pública. Ora, gente, teve um Projeto que foi votado aqui, numa
determinada época - os Vereadores se lembram, Ver. Tessaro -, sobre os
empacotadores, e aí ficou bem claro, quando da votação daquele Projeto, com
relação à liberdade do comerciante. Ora, existe, na Constituição, um capítulo
todo especial que fala sobre essa liberdade que tem o comércio - e outros
setores da sociedade também - de poder oferecer o empacotador: os que querem
oferecer empacotador oferecem; os que não querem oferecer não oferecem. E por
que essa liberdade? Porque as pessoas vão aonde quiserem. Se elas quiserem ir a
um supermercado que ofereça empacotador, elas vão. Eu prefiro ir na rede
Zaffari, porque lá me oferecem empacotadores, mas tem outros supermercados que
não oferecem e que trabalham, às vezes, com preços menores. É uma liberdade que
existe, essa liberdade está na Constituição, e o mínimo que podemos querer é
que as pessoas leiam e compreendam a Constituição, por favor! Vir aqui e falar
contrário à Constituição, como se estivesse
defendendo uma tese, ah, para! Isso é coisa lá para o Congresso Nacional! Por
isso, gente, que não dá para aprovar projeto aqui, porque o Vereador vem e
pede: “Ah, não, dá o voto favorável. Isto aqui é uma bobagem que vai passar
ali.” Não dá para fazer mais assim, porque, depois, vêm aqui os Vereadores e
dizem que, se foi aprovado lá, agora, tem que ser mantido aqui. Não! Para
começar, um projeto que não oferece penalidade pelo seu não cumprimento não
poderia nem tramitar. Não existe isso, Ver. João Dib! Eu só posso colocar um
projeto aqui dizendo assim: “Você tem que fazer isso. Se não fizer, a
penalidade é essa.” Essa é a lei! Se eu colocar: “Você tem que fazer, mas, se
não fizer, é a mesma coisa”, eu não estou fazendo lei nenhuma! Eu vou exigir de
quem? Com esse tipo de legislação eu posso fazer, inclusive, um trabalho junto
aos supermercados, quem sabe, junto à Prefeitura Municipal, para orientar os
supermercados. Aqueles que quiserem utilizar lupas, utilizem; os que não
quiserem, não utilizem. Mas não pode ser através de um Projeto de Lei, que
gastou uma tarde inteira aqui, neste plenário, com os Vereadores se debruçando
sobre o tema. Ah, não! Nós temos coisas mais importantes para discutir na
Cidade! Eu não quero falar contra nenhum colega aqui. Eu respeito ao máximo
todos os meus colegas, mas não podemos perder uma tarde toda aqui discutindo um
tema tão banal como esse. E é um Projeto que, na verdade, não oferece nada que
a gente possa dizer que, se não for cumprido, vai terminar a Cidade, vai ficar
pior a Cidade. Não! Não tem nada disso! Então, por favor, o Veto do Prefeito
está mais do que certo. O errado está nos votos dos Vereadores, quando foram
favoráveis ao Projeto. Aí, sim, aí estava errado!
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 067/10 com Veto Total.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; a aprovação do Projeto foi um erro coletivo. Lei impositiva, sem
penalidade, é lei inócua. Portanto, ainda que seja útil a utilização da lupa,
só cabe um caminho a esta Casa: a aceitação do Veto. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação nominal o
PLL nº 067/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 09 votos SIM e 15 votos NÃO. Mantido o
Veto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 3714/10 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/10, que estima a receita e fixa a despesa
do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2011.
Parecer:
- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela
manutenção do Veto Parcial às Emendas no 03, com Subemenda nº 01; nº
04, com Subemenda nº 01; nº 05, com Subemenda nº 01; nº 06, com Subemenda nº
01; nº 07, com Subemenda nº 01; nº 08, com Subemenda nº 01; nº 09, com
Subemenda nº 01; nº 10, com Subemenda nº 01; nº 11, com Subemenda nº 01; nº 13,
com Subemenda nº 01; nos 14, 15, 17, 18, 21, 23 a 31, 33 a 39, 45,
46, 49, 51, 52, 56, 58, 68 e 70.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 02-03-11 (quarta-feira).
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLE nº 039/10 com Veto Parcial. (Pausa.) O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 039/10 com Veto Parcial.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores e Vereadoras, público que
acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, nós passamos, agora, neste momento, a
fazer uma discussão sobre a Lei Orçamentária aprovada lá no final do ano
passado, e que, por sugestão do Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo,
naquela época, foram aprovadas todas as Emendas. Foram aprovadas todas as
Emendas! Imaginávamos que o Governo teria a sensibilidade, Verª Maria Celeste,
de aceitar, ao menos, algumas Emendas. Mas, de repente, recebemos a informação,
Ver. Nedel - e V. Exª comungou com o Prefeito, Relator do Orçamento, meu
colega, Ver. Nedel -, de que V. Exª concordou com a posição do Governo em vetar
essa quantidade significativa de Emendas que, possivelmente, discutiremos uma a
uma. É lamentável que o Vereador não seja reconhecido pelo Governo. Quando não
é aceita nenhuma Emenda, o Vereador não é reconhecido pelo Governo! Porque as
Emendas que estão aqui, Ver. Adeli, eu tenho certeza absoluta, são demandas lá
da comunidade, e não são só de um Partido, porque ninguém é carimbado lá
partidariamente. A comunidade não tem lá o saneamento básico, então, procura um
Vereador; a comunidade não tem uma cancha de esportes adequada à realidade das
crianças e adolescentes, procura um Vereador; a comunidade não tem um posto de
saúde adequado e precisa de uma reforma, procura um Vereador. E aí o Governo
vai dizer o que, agora? Que aceitou as sugestões da Câmara Municipal?! Não é
verdade! Não é verdade! O Governo Municipal desprestigiou o trabalho da Câmara
Municipal de Porto Alegre, inclusive com Emendas da base dele aqui na Câmara.
Será que vamos aceitar caladinhos? Nós temos que ter lado, pessoal, porque
logo, logo, estaremos ali na comunidade, e a comunidade vai nos cobrar.
Vamos tirar por base os governos estaduais e outros
governos municipais. Na grande maioria, os líderes dialogam com as Lideranças
dos Partidos e fazem uma composição de acordo, coisa que esta Casa não fez! Não
fez! E agora desprestigiou, Pedro Ruas, todas as Emendas aprovadas em bloco, no
final do ano passado, simplesmente para tocar o Projeto adiante. E vem essa
notícia, desprestigiando a Câmara de Vereadores. E nós vamos ficar calados?
Claro que não! Os senhores acham que é possível conseguir 19 votos, para
derrubar o Veto a uma Emenda? É quase que um milagre nesta Casa. Ou alguém
poderia me dizer algum Veto que foi derrubado, que foi ganho aqui nesta Casa?
Deveria ser o inverso, o Governo deveria precisar de 19 votos, e não o autor do
Projeto, porque ninguém aqui vai conseguir. Na grande maioria, são 24, 25
Vereadores em plenário. E aí precisa, Ver. Pujol, 19 votos para derrubar uma
emenda ou um veto. Mas é um desprestígio do Governo! Eu queria registrar isso.
Fez lá um acordo no final do ano, para aprovar todas as Emendas, criou uma
expectativa para os Vereadores que divulgaram, inclusive, em alguns boletins,
que foi aprovada a emenda que a comunidade demandou. E, agora, o Vereador vai
dizer o que para a comunidade? E eles vão dizer ao nobre Vereador: “Mas qual
foi o teu empenho, a tua luta?” Não há mais nada o que fazer a não ser
sensibilizar o Governo e, principalmente, o Líder do Governo com a sua base
aqui, para poder aceitar o mínimo desse acordo. Senão, sinceramente, o Governo
desprestigiou a Câmara de Vereadores. É este o registro que quero fazer,
lamentavelmente.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLE nº 039/10 com Veto
Parcial.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; eu me lembro, Ver. Oliboni, do início da discussão do Orçamento da
Cidade e das dezenas de Emendas a ele vinculadas. Eu, naquela oportunidade em
que se discutiram e encaminharam umas quatro ou cinco Emendas, devo ter
discutido 80% dessas Emendas. Depois, foi feito um grande acordo do qual eu não
participei, pelo qual se aprovavam, em massa, as Emendas e se admitia que elas
poderiam vir, em todo ou parcialmente, vetadas pelo Chefe do Poder Executivo
Municipal. Eu, na ocasião, me manifestei a respeito desse procedimento, dizendo
do meu descontentamento com essa forma de encaminhamento, porque era muito
cômodo: a gente lava as mãos e deixa que o Prefeito vete ou deixe de vetar.
Isso simplifica a votação do Orçamento num primeiro momento e complica a
votação desse mesmo Orçamento num segundo ou terceiro momento, é o caso concreto.
O que nós eliminamos de dificuldade na ocasião, nós alimentamos e aumentamos
agora. Nós estamos discutindo o Projeto e as Emendas, mas as Emendas
destacadas, não tenham dúvida os senhores, não tenham dúvida as senhoras, todas
elas serão objeto de encaminhamento. Os autores, com todo o direito, vão querer
justificar as suas Emendas. Então, Ver. Oliboni – estou me dirigindo a V. Exª
não só pela sua presença física aqui, na minha frente, mas porque foi o último
orador a falar -, essa forma de encaminhamento, esse falso acordo que se
estabelece no plenário em determinado momento que, no meu juízo, chega a beirar
a irresponsabilidade, não pode prosperar mais do que prospera e gerar a
situação que está gerando agora, no presente momento. Preparem-se as senhoras e
os senhores! Hoje, no início dos trabalhos, a Casa votou vários pedidos de
destaque a Emendas que foram vetadas. Não posso precisar com exatidão quantos
foram, mas, com toda a certeza, são mais de uma dezena. Todos eles, todos, vão
ser objeto de debate aqui na Casa. E hoje, já sendo 17h30min, não vamos
terminar de analisar este Veto. Diz o Vereador Mauro Zacher com relação a esse
tipo de acontecimento que isso é uma característica dos Legislativos. Espero
que essa característica possa ser aperfeiçoada, para que não existam vetos em
tamanha quantidade.
(Aparte antirregimental.)
O SR.
REGINALDO PUJOL: São 40 Emendas vetadas, e 12 destas foram
destacadas. Vinte e oito acolheram o Veto, 12 não acolheram o Veto. Em verdade,
as manifestações das Comissões não chegam a ser elucidativas nesse particular,
porque a matéria é tão densa, tão consistente, que a análise acaba sendo
perfunctória. Por isso, quero, com toda a tranquilidade, dizer que, em
princípio, não tenho compromisso com nenhuma Emenda. E se, eventualmente, não
estiver no plenário na hora de votá-las, não será por outra razão senão por
vontade própria. Se eu não tenho opinião, não votar é contribuir para a
manutenção do Projeto como está colocado. Se isso tiver que ocorrer, vai
ocorrer, porque, honestamente, eu não vou suportar 12 debates repetitivos
acerca da mesma matéria. Era isso, Srª Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra para
discutir o PLE nº 039/10 com Veto
Parcial.
A SRA. MARIA
CELESTE: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, fiquei
estarrecida, Ver. João Antonio Dib, quando analisei as razões do Veto
encaminhadas pelo Prefeito Fortunati, por conta de que todas as justificativas
têm o mesmo embasamento teórico. Todas têm o mesmo discurso e a mesma escrita
sobre a questão do Parecer da Procuradoria, que deve ter balizado a ação do
Prefeito, no sentido da inconstitucionalidade das Emendas. Mais me causa
estranheza, porque nós fizemos um acordo político na votação do Orçamento, em
que foram acolhidas todas as Emendas, votamos favoravelmente a todas as
Emendas, o Ver. Oliboni recordou muito bem desta tribuna. E mais, havia uma
proposta de uma discussão com esta Casa sobre a viabilidade técnica ou não das
Emendas. Segundo me consta, a Bancada do PT não foi chamada nunca para essa
discussão, e, de uma forma impositiva, o Prefeito veta as Emendas fruto de um
acordo político das Bancadas desta Casa com o Governo, porque o representante
do Gabinete Orçamentário estava aqui e fez a proposta do acordo. Isso baliza um
ruído nas nossas relações, na Câmara Municipal, no que tange à discussão do
Orçamento, no que tange à votação de orçamentos. Não é possível, Ver. João
Antonio Dib, e faço um apelo a V. Exª, que é Líder deste Governo, que os
acordos não sejam cumpridos. É a primeira questão que eu quero apontar.
A segunda questão que eu quero colocar... E nós
fazíamos um alerta da superestimativa da Receita prevista para o ano de 2011,
que o Governo iria aportar 546 milhões de reais, se não me falha a memória,
aprovados nessa Peça Orçamentária. Desse recurso, foram efetivamente aplicados,
no balanço de 2010, Ver. João Antonio Dib, apenas 284 milhões de reais. E nós
alertávamos: “Não façam isso, não digam para a população que farão um
superinvestimento na Cidade, porque não farão. Não terá Receita suficiente para
isso.” Alertávamos, e o balanço de 2010 comprovou isso. Para 2011, foi a mesma
postura do Governo: superestimou a Receita. A execução correspondente àquilo
que efetivamente foi aplicado foi de menos de 50%, eu diria que ficou em torno
dos 40%. Dos 13 programas colocados em 210 projetos, cem projetos sequer
iniciaram. Depois, no período de Grande Expediente, eu vou elencar,
especialmente na Saúde, quais os projetos que sequer iniciaram no ano de 2010.
E há uma projeção para 2011 também.
Em relação ao OP, o quadro é mais desolador: das
191 demandas de 2010, até o final de novembro, apenas cinco haviam sido
plenamente atendidas. Eu trago os dados de 2010 para nossa análise, porque
falávamos disso quando foi trazido a esta Casa o Orçamento de 2011, que é uma
peça de ficção, que é o não cumprimento, agregado a um fator que, para mim, é
extremamente caro, que é a falta de palavra nos acordos políticos que fizemos
aqui, no final do ano passado, na votação do Orçamento. Obrigada, Srª
Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLE nº 039/10 com Veto
Parcial.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezada Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas
Vereadores, colegas Vereadoras, senhoras e senhores; tenho dito, nesta tribuna,
Ver. Idenir Cecchim, que o momento da discussão do Orçamento é um momento
especial desta Casa, porque discutir o Orçamento não é só aprovar ou rejeitar
um conjunto de projetos; é, sim, analisar o desempenho das gestões de Porto
Alegre. O Orçamento entrou nesta Casa, e o conjunto das Bancadas apresentou 76
Emendas, sendo que a nossa Bancada apresentou 38 ou 40, todas elas pautadas
numa leitura política e num conceito de cidade que queremos. Nós fizemos um
documento que é uma análise do Projeto da Lei Orçamentária da Prefeitura de
2008 e do desempenho dos anos anteriores. E aí, o que a Verª Maria Celeste traz
aqui está correto do ponto de vista das relações políticas. Entregamos esse
documento ao nosso Prefeito Municipal, José Fortunati, bem como ao Líder do
Governo Municipal aqui na Casa, Ver. João Antonio Dib. Naquele momento, fizemos
um acordo, sim: “Vamos aprovar o pacote das Emendas, e a Bancada do PT está à
disposição para dialogar sobre o tema do Orçamento e das Emendas com o Prefeito
Municipal. E, após o debate, podemos aceitar os Vetos”. Só que essa reunião,
essa conversa sobre o Orçamento da Cidade não aconteceu, não porque nós não
quiséssemos. Nós nos colocamos à disposição e ficamos no aguardo. O que diz o
documento que entregamos ao Prefeito Fortunati, prezado Ver. Marcantônio? O
documento diz que o desempenho da aplicação do Orçamento Municipal, nos últimos
sete anos, atingiu a média de 38%. Portanto, pouco mais de um terço dos
recursos aprovados aqui nesta Casa são realizados, em termos de investimentos.
Então, meus amigos, isso é muito pouco! É como se alguém que fosse construir
uma casa fizesse o projeto, separasse o dinheiro e, no final do ano, dissesse
que não conseguiu construir a casa, porque gastou só 38%, e que vai deixar o
resto da casa para o próximo ano. Aí, no próximo ano, apresenta novamente o
orçamento, constrói só 35% e deixa para o próximo ano. Esta é a discussão que
apresentamos aos colegas Vereadores e Vereadoras e ao Prefeito Municipal. Se
nós aprovamos um Orçamento com um conjunto de projetos, é porque tem um
significado, porque ele já foi discutido lá na base, nos Orçamentos
Participativos. E as Emendas que apresentamos são de todas as demandas
aprovadas no Orçamento Participativo que não vieram no Orçamento do Executivo
Municipal. É essa a discussão e a análise que queremos fazer. E aí o Ver.
Reginaldo Pujol está equivocado: se tivermos que debater aqui 30 vezes, para
chegar a um entendimento sobre o conceito de desenvolvimento da Cidade, temos
que fazer, porque nós queremos uma Cidade desenvolvida. Se nós aprovamos um
Orçamento, é para ele ser executado, não é para a população ser enganada. Eu poderia
discorrer sobre centenas de obras ou serviços que foram aprovados, como na
Saúde, e não foram realizados, que estiveram no Orçamento de 2005, 2006, 2007,
2008 e 2009, estiveram no Orçamento de 2010 e, agora, estão no Orçamento de
2011.
A primeira leitura que fazemos aqui, para encerrar
esta discussão geral, é que o conjunto de Emendas vetadas, apresentadas aqui
neste momento, não seguiu o rito de um acordo político que construímos – eu,
como Líder do PT, na época, e o Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib. Nós
realizaríamos uma reunião com o Prefeito Municipal, para discutir essa questão
do baixo desempenho do Orçamento na Cidade e um conjunto de Emendas que
entendemos que poderiam ser aprovadas, para o bem da Cidade. Agora, elas voltam
vetadas, sem a possibilidade desse diálogo. Portanto, a palavra do diálogo,
neste momento, é nossa. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE nº 039/10 com Veto
Parcial.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, meus senhores e minhas senhoras; no dia em que votamos a proposta
orçamentária, havia uma quantidade tal de destaques que ficaríamos um mês
discutindo. Como hoje, quando temos 37 Emendas rejeitadas e destacadas, o que
significa dizer que vamos levar muitos dias para fazer a votação. Eu penso que
o Orçamento é uma decisão do Executivo. Ao Legislativo me parece que cabe
fiscalizar a realização do Orçamento. Mas, como não temos, no Brasil, um
Orçamento impositivo, pouco importa mandar fazer isso ou aquilo e não ser feito
- isso é de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Todos os orçamentos não são
impositivos. Há Deputados Federais, há Senadores que pretendem que o Orçamento
seja impositivo. No dia, então, nós concordamos em votar o Projeto como ele
estava, para, depois, discutir com o Executivo. Essa discussão se realizou, se
realizou! Eu convidei o Secretário do Planejamento, o Ver. Pedro Ruas, o Ver.
Engenheiro Comassetto e mais outros Vereadores, inclusive, o Ver. Nedel, para
que participassem. O Executivo entendeu de aprovar aquelas Emendas que a
Comissão de Finanças aprovou e rejeitar aquelas que a Comissão de Finanças
rejeitou! Não conseguimos. Eu gostaria de que algumas das Emendas rejeitadas
pela Comissão de Finanças fossem aceitas pelo Executivo, e o Executivo entendeu
de não aceitá-las, é um direito dele. E é um dever nosso fazer com que o
Orçamento seja uma realidade e não uma ficção.
Portanto, eu só quero deixar claro que a reunião
com o Executivo se realizou na sala da Comissão de Finanças. Não digam que a
reunião não aconteceu, porque eu participei com as Lideranças que haviam
acertado comigo, na oportunidade, que nós discutiríamos o que acontecesse. Nós
não conseguimos nada! Lamento, gostaria de, pelo menos, cinco, seis, dez
Emendas das 40 que foram rejeitadas, mas foram rejeitadas pela Comissão de
Finanças, e o Prefeito aceitou o posicionamento dessa Comissão. Não quiseram
aceitar aquelas Emendas que a Comissão de Finanças rejeitou ou, pelo menos,
algumas delas, é claro, não todas. E todos nós sabíamos que isso nunca
aconteceria, mas algumas poderiam ter sido, no meu entendimento, aprovadas pelo
Executivo. O Executivo resolveu não aprovar, e eu acho que estava no direito
dele. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Toni Proença está com a palavra para
discutir o PLE nº 039/10 com Veto
Parcial.
O SR. TONI
PROENÇA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores; a pedido do Ver. Bernardino, eu serei bem
rápido, eu venho só justificar. Todos os meus votos a respeito dos Vetos no
Orçamento serão pela manutenção dos Vetos. É fácil de explicar. Eu acredito no
Orçamento Participativo, um instrumento que, há mais de 20 anos, foi criado
nesta Cidade, para deliberar sobre o Orçamento Público Municipal. Sei que tem a
contrariedade do Ver. João Antonio Dib, do Ver. João Carlos Nedel, mas, por
coerência, como acredito nesse instrumento criado pela Cidade para decidir
junto às comunidades sobre os investimentos do Orçamento Público Municipal e
também feito através de um ciclo, durante, praticamente, quase todo o ano, me
parece que não é justo que a gente vá transformar o Orçamento Público através
de Emendas de Parlamentares. Por isso, venho justificar meus votos, todos a
favor da manutenção dos Vetos, porque, assim como não apresentei Emendas ao
Orçamento, também acho legítimo que se mantenham os Vetos a todas as Emendas. E
continuarei sendo contra aquelas que forem contempladas, porque acho que essa
decisão que a Cidade tomou há 20 anos - e vem militando em cima dela -,
inclusive, extrapolando as fronteiras do Rio Grande e do Brasil, fazendo de
Porto Alegre a Capital da democracia participativa e da democracia direta,
justamente por ter no Orçamento Participativo um instrumento de decisão dos
investimentos públicos municipais, deve ser preservada e mantida. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 039/10 com Veto Parcial.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Em relação ao
Orçamento, eu queria fazer duas considerações ao Ver. João Antonio Dib e ao
Ver. Toni Proença. Primeiro, em relação ao Orçamento Participativo, argumento
usado pelo meu colega, parceiro de muitas lutas, para a manutenção dos Vetos.
Se todo o Orçamento da Prefeitura fosse construído no Orçamento Participativo
e, se mesmo aquilo, que é menos de 6%, que é votado nos bairros e nas plenárias
do OP, fosse minimamente executado, Ver. Toni, eu poderia ainda refletir sobre
o seu argumento. O problema é que a Prefeitura garante, no seu Orçamento,
primeiro, que verdadeiras peças de ficção científica sejam apresentadas a esta
Casa e nunca cumpridas. Desde que cheguei aqui - porque sou marinheira de
primeira viagem, entrei em janeiro de 2009, começando a Bancada do PSOL nesta
Casa, eu e o Ver. Pedro Ruas -, recorrentemente vi programas que nunca tiveram
dez centavos liberados pela Prefeitura para serem executados, seja o programa
de revitalização da orla, seja o plano de acessibilidade para a Cidade, que não
teve nem dez centavos empenhados em 2009; seja uma série de conjuntos e
projetos apresentados pelo Governo que nunca saem do papel. Então, é um
exercício de ficção.
Em segundo lugar,
acontece a mesma coisa com o Orçamento Participativo. Nós sabemos do empenho
das comunidades para se organizarem e votar no Orçamento Participativo,
comunidade, muitas vezes, disputando com outra comunidade coisas que são
direitos básicos do homem e da mulher e que não são cumpridos. Por exemplo, o
problema do asfalto a gente vê que é recorrente no Orçamento Participativo;
creches, demandas que são direitos da Constituição Federal e que não são
cumpridos pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. E o problema é que não
saem do papel! Em 2010, foram 191 demandas apresentadas, e, até o final do ano,
nem cinco tinham sido plenamente atendidas! Então, a Prefeitura não atende às
demandas votadas no OP e não atende àquilo que ela própria apresenta como
exercício financeiro para o ano corrente na Câmara Municipal em Porto Alegre!
Quantas demandas nós estamos vendo se repetir! No ano passado, em 2010, foram
orçados 42 milhões de reais para a Saúde pública municipal - do Orçamento
municipal, não estou falando das verbas estaduais e das verbas federais que vêm
para programas vinculados a outros entes da Federação, só estou falando da
verba municipal. Foram 42 milhões orçados e menos de 7 milhões liquidados, Ver.
João Antonio Dib! Sem contar que, desses, 2 milhões e meio foram usados para
publicidade! Quer dizer, as pessoas precisando de atendimento em Saúde, e
sequer o que é orçado pela Prefeitura é executado! Quer dizer que nós ficamos
dias, meses, discutindo o Orçamento, e sequer aquilo que a Prefeitura apresenta
como compromisso seu para ser realizado ela cumpre! Só que aí o problema não é
para os Vereadores e para as Vereadoras, o problema é para a população de Porto
Alegre, porque o Orçamento é uma carta de intenções de gestão, é o que é
previsto, durante um ano inteiro, para ser executado para o benefício da nossa
população! E que não é, via de regra, não é!
Então, o debate das
Emendas, se é ideológico, se é correto fazer Emendas, é uma discussão, eu
concordo que é uma discussão. Mas, quando o Orçamento não apresenta metas
reais, quando o Orçamento não é executado, quando, no Orçamento, faltam
necessidades essenciais, nós temos que fazer Emenda para fazer a discussão. E
nós fizemos a discussão, é verdade o que falou o Líder do Governo: aprovaram-se
todas por causa da discussão. Só que, na reunião que foi realizada na Comissão
de Economia, Finanças e Orçamento, à qual eu fui, e para a qual a maior parte
dos Vereadores da oposição não foi convidada, não saiu nada de concreto! A
Prefeitura chega e diz que é “isso e isso”. Bom, mas, se é “isso e isso”, não é
negociação! “É isso e isso” não é discutir com o Legislativo o que é
prioridade! Ou nós vamos fazer uma discussão séria de todas as Emendas que
foram apresentadas por valorosos Vereadores que estão fazendo aportes para
Porto Alegre, pensando numa Cidade melhor, ou o Orçamento vai seguir sendo uma
peça de ficção científica, e o Parlamento constantemente desrespeitado. Eu acho
que é possível que a gente discuta, porque tem Emendas viáveis que são
importantes para a Cidade. Eu acho que a Prefeitura não pode pegar a caneta e
vetar Emendas, só porque são da oposição ou porque são de outros Partidos que
não são da base do Governo. Acho que nós temos que fazer...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): É um
minutinho, só para concluir.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Não, é bem
rápido, Verª Sofia, nem vou usar um minuto. Eu acho que Porto Alegre merece uma
discussão mais séria do Orçamento.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para discutir o PLE nº 039/10 com Veto Parcial.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, Verª
Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
eu começo a pensar e olho a energia da Verª Fernanda. Como gosta de bater! Como
gosta, não é, Vereadora? Vossa Excelência é uma pessoa inteligentíssima, bate,
bate, bate, bate, dizendo que o Orçamento é ficção. Que loucura, Vereadora! Não
faça isso! Vereadora, nós sabemos que o Orçamento Participativo foi uma
promessa do Prefeito José Fogaça, que ia cumprir todas - e cumpriu! Muitas
demandas que estavam atrasadas ele cumpriu, Vereadora! Sim, Vereadora! A
senhora não tem participado. E o Prefeito José Fortunati continua cumprindo as
demandas.
Quando vejo a Verª
Fernanda aqui... Quando é que a Verª Fernanda, um dia, vai chegar nesta tribuna
e elogiar o trabalho que está sendo feito pelo Prefeito José Fortunati? Quando,
Vereadora? Eu queria ver um dia, só para ver... Eu acho que, quando tem
Governo, sou oposição, sempre! Como é fácil bater! E você bate com toda a
força, bate, bate, bate! Claro que eu tenho o maior respeito por V. Exª, mas eu
admiro essa sua energia. Você bate, bate e bate! Quando será o dia em que V.
Exª virá aqui e vai elogiar o Prefeito Fortunati? Porque o Prefeito Fortunati é
um cidadão elegante, educado, cortês e tudo. E a Verª Maria Celeste sabe.
Aliás, o Prefeito Fortunati era do Partido de V. Exª, lembra? Não sei se,
quando ele era do Partido de vocês, vocês gostavam, mas, agora, vocês continuam
gostando do Fortunati? Isso é bom!
(Aparte
antirregimental.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Com certeza,
Vereadora. Mas, voltando, certamente o Prefeito tem que respeitar a demanda e o
Orçamento Participativo, que é um direito adquirido pela comunidade, pelas
comunidades que mais buscam. Tem aquela opção de respeitar. Mas, certamente, se
não foi feito até agora, pode ter certeza absoluta de que vai ser. Vai ser!
Quando eu vejo o Ver.
Idenir Cecchim, que foi um extraordinário e competente Secretário da Produção, Indústria
e Comércio, que batalhou muito pela Cidade, certamente ele enfrentou o
Orçamento Participativo junto, não é, Vereador? E eu continuo pensando: quando
será que eu terei oportunidade, meus queridos amigos – meu querido amigo, Ver.
Pedro Ruas, que, aliás, me homenageou -, de ver o Pedro Ruas e a Fernanda
Melchionna dizerem o que está acontecendo na Cidade e elogiarem o Prefeito José
Fortunati? Porque o Fortunati vem fazendo um trabalho bom. Vem! Se o debate já
começou para a eleição do próximo Prefeito, eu não sei. Mas eu tenho certeza
absoluta de que o Prefeito está dando um bom andamento na sua gestão, e que
nós, ali na frente, vamos provar melhor!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Toni Proença): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para
discutir o PLE nº 039/10 com Veto
Parcial.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Ver. Toni Proença. Eu venho a esta tribuna para fazer um
registro sobre a questão, exclusivamente, do Orçamento Participativo, que é
tratado pelo Prefeito Fortunati e pelo Secretário Busatto como o instrumento
mais importante em relação à interlocução que existe do Governo com os
movimentos sociais. Inclusive, foi construído um diálogo junto às 17 Microrregiões,
nos FROPs, que é o fórum legítimo para discutir o Orçamento Participativo e as
demandas das regiões, que são trazidas, nesses Fóruns, pelos delegados, pelos
conselheiros do Orçamento Participativo. Existe uma construção e um grande
pacto do Governo com os conselheiros e delegados do OP, para que cada região
priorize as obras que são necessárias e que querem que o Governo execute. E o
acordo é que tudo o que for inserido, tudo o que constar no Plano de
Investimentos são obras que vão ser executadas. Isso exatamente
para corrigir, avançar, melhorar, qualificar o processo do Orçamento
Participativo. O que constar no Plano de Investimentos numa rodada democrática
e legítima, dentro do Fórum Regional do Orçamento Participativo, onde sentam o
Governo e as lideranças da região, e for pactuado como demanda prioritária,
será inserido no Plano de Investimentos e vai acontecer. Isso fortalece,
amadurece, legitima o Orçamento Participativo.
Existem três
prioridades na gestão Fortunati em relação a investimentos: as obras da Copa,
os serviços e as demandas do Orçamento Participativo. Não é para acontecer, em
nenhuma região, uma demanda, uma obra por parte da Prefeitura sem passar pelo
FROP. Essa é a maneira de consolidar, de consagrar um instrumento que é o mais importante
da democracia participativa de Porto Alegre e é referência no Brasil e no
mundo. Por isso, fiz questão de vir a esta tribuna, para esclarecer os
encaminhamentos que a Secretaria de Coordenação Política e Governança Local,
capitaneada pelo Secretário Cezar Busatto, vem tomando, em sintonia com o
Prefeito Fortunati e com as demais Secretarias, em relação a esse instrumento
que acreditamos ser decisivo na interlocução, no respeito à democracia e no
crescimento da nossa Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para discutir o PLE nº 039/10 com Veto Parcial.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; há quem entenda e, claro, tem que ser respeitado,
porque é uma visão de poder, que não cabe ao Legislativo discutir o Orçamento.
Está, inclusive, na Lei Orgânica do Município e na Constituição Federal, que é
uma das principais atribuições do Legislativo acompanhar o Orçamento, o que
não é nada fácil. É um calhamaço de papel, muito difícil, mas é um trabalho
nobre, obrigatório, de cada Vereador, na minha opinião, saber o que pretende o
Executivo. Mais: antes disso, há uma discussão muito mais ampla que dá as
diretrizes do Governo, que é o Plano Plurianual. Trago um exemplo, que não é
uma crítica, mas uma constatação, e que este Legislativo pode, sim, ajustar.
Vossa Excelência foi Secretário, Ver. Idenir Cecchim, eu fui Secretário, nós
sabemos quantas vezes se deve ter uma rubrica no Orçamento para uma Secretaria
e não se tem, por erro de um técnico. Ou vocês pensam que o Orçamento é feito
pelo Prefeito? Ou pelos Secretários? Eles discutem, dão as diretrizes, mas quem
coloca ali, depois, as rubricas é o corpo técnico. Portanto, muitas vezes,
certas rubricas, certas atividades, ou não estão inclusas ou estão de forma
muito genérica. E, se o Prefeito e o Secretário não se dão conta disso, cabe a
nós, sim, reformularmos. Portanto, é atribuição do Legislativo, sim, discutir e
emendar o Orçamento, aqui e em qualquer Parlamento do mundo! Porque, senão,
Parlamento não é. Por isso fiz Emendas e quero dar um exemplo: o Plano
Plurianual, Ver. Mauro Zacher, num acordo com esta Casa, estabeleceu, a partir
do Executivo, que, a cada ano, a partir de 2009, deveriam se destinar dois
milhões de reais para as ciclovias, para a execução do Plano Cicloviário. Pois
nenhum centavo foi aplicado em 2009.
Em 2010, dos dois milhões previstos, foi aplicado um milhão e cem. Ótimo, mas
faltou verba aí lá para as ciclovias da Restinga. Em 2011, vejam como
deveríamos emendar o Orçamento, o Plano Plurianual, que prevê dois milhões/ano,
previu, para 2011, 570 mil reais. Ora, o Orçamento não tem que respeitar o
Plano Plurianual? Se não vieram os dois milhões, nós não deveríamos ter emendado,
já que não veio do Executivo o que foi correto? Isso não é, Ver. Luciano, um
campo de batalha, muito antes pelo contrário, são
correções maduras que devem ser feitas. Tudo aquilo que nós formos corrigir
agora é um campo de batalha? Mas o que é isso? Que imaturidade é essa? Não se
pode contrapor, não se pode reformar, não se pode sugerir, não se pode chamar a
atenção que já é um caos? Cito esse exemplo apenas para mostrar que nós
precisamos, sim, discutir e, muitas vezes, emendar o Orçamento de qualquer
governo. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver.
Paulinho Rubem Berta está com a palavra para discutir o PLE nº 039/10 com Veto Parcial.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; venho a esta tribuna para colocar algumas questões,
principalmente, do Orçamento Participativo. O Orçamento Participativo foi
criado em Porto Alegre para se dar mais transparência e mais participação
popular às comunidades que, muitas vezes, eram deixadas em segundo plano. Era
para dar essa oportunidade. E assim foi feito todos esses anos. Eu quero aqui
reconhecer uma decisão do Prefeito José Fortunati, que começou um trabalho de
recuperação das demandas que estavam nos PIs e que, ao longo do tempo, foram
atrasadas, prejudicando as pessoas. Fui um dos críticos, principalmente porque
as pessoas saíam das suas casas à noite, no inverno, com chuva, com frio, com
vento, para disputar, no voto, as demandas com outras comunidades. E as demandas
que ficavam de um ano para o outro iam sendo colocadas para trás, não eram
lembradas. No Governo Fogaça, começou a recuperação de 640 obras. E agora, para
minha alegria, para minha satisfação, eu posso dar esta resposta à população, a
quem, muitas vezes, me emparceirei, convoquei, solicitei que nos acompanhasse
no Orçamento Participativo, principalmente no Centro Vida. No dia 16, o
Secretário de Governança, Cezar Busatto, foi ao Centro Vida, submeteu à
apreciação e aprovação das lideranças e comunidades presentes a recuperação de
28 obras. Entre elas, há uma que este Vereador - hoje Vereador, está Vereador -
batalhou por mais de 12 anos. Foram mais de 12 anos correndo atrás do PSF do
Rubem Berta, que é um dos bairros mais populosos de Porto Alegre e que não tem
sequer uma equipe de PSF e que vai passar a ter, a partir deste ano, com essa
Unidade de Saúde lá. Então, não posso deixar de reconhecer o esforço do
Prefeito e da Prefeitura como um todo, que está buscando corrigir uma
injustiça, principalmente com aquelas pessoas que ficaram, noites e meses a
fio, disputando, brigando, no bom sentido, para conseguir a sua equipe de PSF.
Uma das obras novas deste Orçamento - daqui a 30 dias sai o caderno do PI, do
Orçamento Participativo - será a recuperação de uma Unidade de Saúde que
estava, desde 1998, no caderno.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Rubem Berta, eu costumo dizer
que, quando V. Exª vai à tribuna é realmente para defender aquelas pessoas que
mais precisam. E tu sabes o quanto o teu trabalho é bom para a Cidade, e o que
o Prefeito vem fazendo. Eu quero dizer, Vereador, que, quando tu vais à
tribuna, eu arrepio, porque tu és o verdadeiro representante das comunidades
mais pobres. Parabéns, Vereador, continua sempre assim, porque, desse modo, tu
serás o nosso legítimo representante da comunidade.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Quero
agradecer, Ver. Brasinha. Vossa Excelência é um dos que reconhece o trabalho
deste líder comunitário aqui, via Orçamento Participativo, dia a dia, na
comunidade.
E quero dizer que eu
estou muito feliz hoje, pois não foi recuperado só o PSF do Rubem Berta, foram
recuperadas 28 obras na região Eixo Baltazar, Zona Norte de Porto Alegre. A
nossa luta lá é muito grande, porque diversos governos levaram muitas pessoas
para aquela região da Cidade e não levaram infraestrutura. O número de ônibus
continuava o mesmo, os postos de saúde continuavam sendo os mesmos. Precisava
de um Governo de pulso, um homem comprometido com as comunidades, e o exemplo é
José Fortunati. Estou muito feliz e tenho orgulho de dizer para a minha
comunidade que, até o final do ano, teremos a construção do PSF do Rubem Berta,
com três equipes, com dentista, com tudo. Quero...
(Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLE nº 039/10 com Veto Parcial.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente, Ver. Toni Proença; Vereadores, Vereadoras; não se assustem, não vou
ler todo este processo. Não se assustem! (Mostra o processo.) O que eu quero
dizer é que o Prefeito aprovou 23 Emendas e rejeitou, aproximadamente, 40
Emendas. Foram aprovadas várias Emendas: a nº 01, da UAMPA; a nº 12, do Ver.
Comassetto, que fala sobre os projetos da Rua Cel. Marcos, Vicente Monteggia e
outras; a do Ver. Oliboni, que veio aqui dizer que o Prefeito desprestigiou a
Câmara. E V. Exª desprestigiou o Orçamento Participativo. É uma pena! Eu fui o
Relator, tive um problema muito sério: ou eu defendo o Orçamento Participativo,
ou eu defendo a prioridade da Câmara de discutir integralmente o Orçamento. É
um problema sério. Ou eu considero várias Emendas inconstitucionais, ou eu
passo por cima da Constituição. Então, o que eu fiz? Respeitei o Orçamento
Participativo e respeitei a Constituição. O Prefeito até superou isso, ele
aprovou a Emenda do Ver. Oliboni para a reforma de uma quadra esportiva,
aprovou a Emenda dos Vereadores Elias Vidal, Tarciso, Brasinha e Paulo Marques,
sobre o campo do Tristezense, a revitalização; duas Emendas do Ver. Waldir
Canal, sobre atletas paraolímpicos e uma unidade esportiva para deficientes; a
do Ver. Pedro Ruas, sobre o transporte hidroviário, foi aprovada; a da Verª
Sofia, sobre a propaganda na Câmara, foi aprovada; duas Emendas do Ver. Mauro
Zacher; uma do Ver. Elias; outra, da Verª Maristela; a da Verª
Maria Celeste, sobre o Conselho Tutelar, foi aprovada; a da Verª Maria Celeste,
sobre o Porto Seco, foi aprovada...
(Aparte antirregimental da Verª Maria Celeste.)
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: É, Vereadora, que coisa boa, foi, sim, foi
aprovada, tenho aqui! A do Ver. Paulinho, sobre a manutenção de praças; a do
Ver. Airto Ferronato, sobre o pronto-socorro da Zona Sul; a do Ver. Nilo Santos,
sobre a Marcha com Jesus; outra do Ver. Nilo Santos, sobre Inamex; outra do
Ver. Nilo Santos, sobre o Lar Esperança; a do Ver. Maurício, sobre o Conselho
de Clube de Mães; a do Ver. Paulinho, sobre a Semana Rubem Berta; também do
Ver. Paulinho, sobre a manutenção de praças; a da Verª Sofia, sobre o espaço
Adel Carvalho, e a do Ver. Todeschini, sobre transporte especial de pacientes.
Então, Srs. Vereadores, o Prefeito, realmente, prestigiou a Câmara. Ele aprovou
várias Emendas, inclusive algumas contra a decisão deste Vereador.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos
Nedel, realmente, quando o senhor subiu à tribuna com esses dois livros, eu
pensei - já que o Vereador entende muito de números, disso eu tenho certeza
absoluta - que o senhor ia ler tudo. Mas não. Mas eu sei que o senhor é muito
inteligente e entende de números mesmo! Parabéns, Vereador, pela sua explanação
do trabalho.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Quero-lhe cumprimentar pela aprovação da sua Emenda sobre a
revitalização do campo do Tristezense, que é muito importante para aquela
região.
Então, eu solicito aos Srs. Vereadores que
mantenham o Veto e que exerçam a sua função de fiscalização do cumprimento do
Orçamento.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para
discutir o PLE nº 039/10 com Veto
Parcial.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós estamos
falando, Ver. João Dib, a tarde toda, sobre uma
matéria que já poderia ter sido decidida. Eu não tenho dúvida nenhuma de que,
quando se faz um acordo, se cumpre o acordo. Mas, na votação desse Orçamento -
lembro muito bem, foi pelas 18h30min, como agora -, não fizemos acordo,
votamos, pois, depois, o Prefeito iria vetar. O que nós fizemos, na realidade,
foi dar ao Prefeito uma responsabilidade que muitos de nós não tivemos. Muitas
Emendas se fizeram aqui sem constitucionalidade, muitas Emendas se fizeram,
para que, pelo menos, o pessoal ficasse sabendo que o Vereador fez isso. E
quando digo muitas Emendas, eu acho que eu tenho que fazer justiça, muitas
Emendas do Ver. Comassetto, por exemplo, porque a maioria aqui é dele, essas
destacadas. Eu me enganei, meu amigo Comassetto, achando que V. Exª ia muito ao
Orçamento Participativo, mas não é verdade. Agora que vejo todas essas Emendas
que V. Exª fez aqui, eu sou obrigado a contar, quando me perguntarem, que aqui
se fazem Emendas em cima daquilo que já seria um direito da comunidade.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. Quero dizer que cada
um de nós tem um método de trabalho. E é verdade, eu identifiquei todas aquelas
demandas não realizadas e que não vieram por Orçamento, e as apresentei, no
sentido de que pudéssemos definir recursos para realizá-las. Muito obrigado.
O SR. IDENIR CECCHIM: Eu entendo, mas V.
Exª deveria dizer de onde retirar os recursos também, Vereador, que são os
mesmos para tudo.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu, quando olho para V. Exª, vejo que dificilmente
tem um Vereador que tenha a responsabilidade que V. Exª tem. Porque o problema
é que estávamos errados, nós jogamos no colo do Prefeito. E agora, V. Exª chega
e dá essa dimensão. Parabéns, Vereador, porque V. Exª admitiu que nós estávamos
errados.
O SR. IDENIR CECCHIM: Não poderia ser
diferente, o Prefeito tem tanta coisa a fazer. O Ver. Beto Moesch disse muito
bem aqui: o Secretário, muitas vezes, se dá conta de que não teve a sua
Secretaria contemplada com as rubricas necessárias. Muitas vezes, a gente tem uma
verdadeira batalha com a Secretaria da Fazenda e com a Coordenação
Orçamentária, porque, como diz o nosso Secretário Wilges, nós temos que olhar para a floresta e não para uma
árvore só. Temos que olhar, como um todo, a Prefeitura, e não tem dinheiro, o
cobertor é curto. Tenho certeza de que, se o Prefeito pudesse, atenderia a
todas as Emendas, não só do Ver. Comassetto, do Ver. Nedel e do Ver. Brasinha.
Quero dizer que eu era Presidente da Comissão de Orçamento e não apresentei
nenhuma Emenda, porque entendi que o Orçamento foi bem discutido, foi bem
apresentado. As finanças do Município de Porto Alegre, nos últimos seis anos,
estão no azul, porque o Orçamento é bem feito e a gestão do dinheiro da
Prefeitura é bem feita. Por isso dou o meu voto de confiança não só ao
Prefeito, mas, também, aos Secretários que cuidam das finanças do Município. Eu
quero dizer que nós, da base, depois de ouvir o Ver. Toni Proença, que disse
que vai votar pela manutenção de todos os Vetos, vamos fazer o mesmo. Acho que
não precisamos mais discutir, encaminhar. Acho que nós poderíamos deixar para a
oposição fazer isso tudo - encaminhar, discutir e falar, falar, falar -, pois é
isso que eles querem que os eleitores fiquem sabendo, que eles pedem,
independentemente de ser certo, de ter dinheiro ou não.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Gostaria de convidar a todos para uma salva de
palmas ao companheiro Luiz Afonso, que hoje faz 32 anos de Câmara Municipal.
(Palmas.) Parabéns ao Luiz Afonso! Tenho certeza de que a Cidade e esta Casa
devem muito ao esforço e ao talento do Luiz Afonso.
O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para
discutir o Veto Parcial ao PLE nº 039/10.
O SR. MAURO
ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença;
eu não poderia deixar de me manifestar, em meu nome e em nome da Bancada, e
de cumprimentar o nosso Diretor Legislativo, Dr. Luiz Afonso, que tanto
contribui para o bom andamento desta Casa. O senhor, sem dúvida, faz um
excelente trabalho e merece a nossa saudação.
Queria também dividir com as Sras
Vereadoras e com os Srs. Vereadores e tentar, talvez, fazer um contraponto. O
Ver. Cecchim colocou, com muita propriedade, que esta discussão, neste momento,
quando estamos discutindo 38 Emendas rejeitadas pelo Prefeito, seja fruto,
nosso Líder, Ver. João Dib, de uma discussão que não foi possível no final do
ano passado. Se dependesse, talvez, do Relator do Orçamento, Ver. Nedel, é bem
provável que nós tivéssemos mais Emendas rejeitadas. Eu já participei de várias
discussões em relação ao Orçamento, e é sempre uma missão muito difícil para o
Relator e bastante complexa para o Plenário, porque cada um dos Vereadores que
está aqui, Ver. Beto Moesch, tem a prerrogativa de apresentar as suas Emendas,
embora quase todas as Emendas rejeitadas pelo Prefeito sejam rejeitadas pelo
argumento da inconstitucionalidade, o que significa que as Emendas não têm
amparo legal para que sejam aprovadas e acatadas pelo Prefeito. Se a discussão
hoje trazida a este Plenário é sobre 38 Emendas rejeitadas, cabe ressaltar,
também, que 37 foram acatadas pelo Prefeito, o que significa que tinham amparo
legal e que não iam de encontro àquilo que é decidido pela nossa Cidade e que
garante à população participar, por meio do Orçamento Participativo, e
democraticamente garantir e definir as melhores Emendas para a sua região.
Então, façamos esta discussão, mas sabendo da nossa
responsabilidade, sabendo que esta discussão não foi feita como deveria ser
feita lá no ano passado, no período em que apresentamos as Emendas e quando o
Relator desempenhou o seu papel perante a Comissão. Ver. João Dib, acho que,
naquele momento, nós, talvez, não tenhamos tido a capacidade de construir.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Zacher,
agradeço pelo aparte. Nós fizemos uma reunião com o Executivo, sim, e a Verª
Fernanda Melchionna, inclusive, esteve presente e confirma. Mas eu quero dizer
a V. Exª que mandei, agora, a relação das Emendas destacadas ao Secretário do
Planejamento, para ver se algumas delas podem ainda ser consideradas. De
qualquer forma, nós vamos ter uma resposta na quarta-feira.
O SR. MAURO
ZACHER: Muito obrigado, Ver. João Dib. Essa é uma excelente notícia que permite
que nós possamos, talvez, avançar e facilitar aqui a votação, embora as Emendas
estejam destacadas, e nós façamos um grande debate, um belo debate de cada uma
delas. Mas a notícia que V. Exª traz realmente incrementa e garante a condição
que cada um de nós tem de oferecer, de apresentar Emendas que venham a
contribuir, porque a definição do Orçamento não só é uma responsabilidade
nossa, como Vereadores, mas também é garantidora de que sejam exercidas
políticas públicas que aprovamos neste Plenário. Muito obrigado até o momento.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum,
solicitada pela Verª Maria Celeste. (Pausa.) (Após o fechamento do painel
eletrônico.) Onze Vereadores presentes. Não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h28min.)
* * * * *